São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PT não vai defender voto nulo no 2º turno

AMÉRICO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A coordenação da campanha virtualmente derrotada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência deve trabalhar contra o voto nulo ou a liberação dos militantes do PT nos Estados onde o partido não vai disputar o segundo turno.
Os coordenadores da campanha se reuniram ontem, em São Paulo, para discutir o resultado das eleições e os apoios estaduais.
Segundo Luiz Eduardo Greenhalgh, um dos coordenadores da campanha, o partido deveria tirar uma orientação nacional para definir que tipo de candidatos apoiar nos Estados.
Para ele, pregar o voto nulo é ``ruim", até porque o PT vai tentar atrair apoios nos Estados onde o partido vai continuar disputando a eleição.
O partido deve estabelecer dois critérios para as alianças: escolher o candidato mais alinhado com os petistas e discutir os programas de governo.
Greenhalgh comentou a posição do partido em alguns Estados. Em São Paulo, segundo sua análise, José Dirceu, o candidato do PT, deveria conduzir a negociação.
Ele não acredita que os petistas apóiem Francisco Rossi (PDT). Para ele, o PT deve ficar com Mário Covas, depois de discutir o seu programa de governo.

Debate
Na reunião da coordenação, da qual participou o próprio Lula, foi discutida também a nova correlação de forças dentro do PT.
Greenhalgh admitiu que a ampliação da bancada petista vai formar um novo ``núcleo de poder" interno.
A derrota de Lula e a renovação da bancada estão sendo usados na luta interna entre os petistas ``com voto" –os parlamentares vitoriosos na eleição– e ``sem voto" –os membros da burocracia interna do partido.
Segundo o coordenador da campanha, esse debate está sendo feito na hora errada.
Ontem, Lula visitou a produtora de vídeo onde gravou os seus programas eleitorais durante a eleição. Numa admissão indireta da derrota, ele se despediu dos funcionários, tirou fotos e deu autógrafos.
Na produtora, Lula assistiu a entrevista do seu adversário Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Segundo Greenhalgh, duas coisas chamaram a atenção do petista: 1) o agradecimento de FHC a Lula por ter mantido o nível da campanha e 2) a ``prudência" dele com relação ao seu apoio a outros candidatos no segundo turno.

Texto Anterior: IPMF pode ser prorrogado
Próximo Texto: Fleury deve apoiar Covas no 2º turno; Munhoz pende para Rossi
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.