São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994
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Espetáculo recria tradição

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LYON

O espetáculo de Germaine Acogny, ``Yewa, Eau Sublime", que estreou na 6ª Bienal da Dança de Lyon, é interpretado por seis bailarinos e quatro músicos. No dialeto ioruba, ``Yewa" significa ``divindade da água doce, fetiche dos fetiches".
Confrontando rural e urbano, tradição e modernidade, a coreografia possui vários elementos de impacto. Entre outros, o visual cênico, com sofisticados jogos de luz; a surpreendente transformação da dança tradicional africana em linguagem moderna; a música do percussionista Arona N'Diaye e a poderosa presença da própria Germaine, que protagoniza uma deusa das águas, símbolo de purificação.
A música cria novas sonoridades a partir de ritmos ancestrais. Há 20 anos colaborando com Germaine, o compositor Arona N'Diaye já trabalhou com Peter Gabriel.
Aos 51 anos, Acogny hoje se divide entre as duas sedes da Association Studio-École-Ballet Théâtre du Tiers Monde –uma em Toulouse (França), outra em Dacar (Senegal).
``A associação é um ponto de encontro entre a cultura africana e européia", diz Germaine, que, de 1977 a 1982, dirigiu no Senegal o Mudra Afrique, escola fundada por ela e Maurice Béjart.
O Mudra Afrique era mantido pela Unesco e pela Fundação Gulbenkian, de Portugal. Mas, em razão da crise econômica africana, acabou encerrando suas atividades.
O Mudra foi a primeira instituição a reunir estudantes do mundo todo em torno da cultura africana. Seu currículo incluía, entre outras disciplinas, danças ocidentais e dança tradicional da África.
Para formar seu atual grupo de dança, ela escolheu bailarinos de várias origens africanas. ``São artistas que reúnem diferentes técnicas, experiências e sensibilidades que, no conjunto, representam a diáspora africana."

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