São Paulo, sábado, 8 de outubro de 1994
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Amigos de Collor não devem se reeleger

DA AGÊNCIA FOLHA E DAS SUCURSAIS

Quatro integrantes da tropa de choque que tentou barrar o impeachment de Fernando Collor –Ney Maranhão (MA), José Carlos Vasconcellos (MA), Paulo Octavio (DF) e Daniel Tourinho (RJ)– não devem conseguir a eleição para a Câmara dos Deputados.
Roberto Jefferson (PTB-RJ) é o que está em melhor situação entre os colloridos. É o oitavo mais votado da coligação que seu partido integra no Rio.
Com 76,89% dos votos apurados até ontem à tarde, o atual senador Maranhão ocupava o 32º lugar na lista dos mais votados. Seus 11.638 votos até então não o credenciariam sequer para vaga de deputado estadual em Pernambuco.
A situação de Vasconcellos, um dos 18 parlamentares acusados pela CPI do Orçamento de desviar verbas públicas, é mais complicada. Com 5.797 votos, está em 44º lugar na lista dos mais votados.
Maranhão usou com insistência a imagem de Collor na propaganda eleitoral gratuita e chegou a prometer a presença do ex-presidente em comício de campanha.
José Carlos Vasconcellos, também candidato no Maranhão, se apresentou como um parlamentar que lutaria para destinar recursos do Orçamento da União para o Estado. Ele foi absolvido em plenário das acusações da CPI.

Partido vendido
O empresário e deputado federal Paulo Octavio, apesar de votação expressiva (cerca de 35 mil votos), não vai atingir o quociente eleitoral (100 mil votos) necessário para ocupar uma das oito vagas à Câmara.
Paulo Octavio atribui a derrota ao fato de ter rompido com o PRN no início do ano. ``Eu tentei a todo custo o apoio do governador Roriz, mas esse partido vendido me impediu", disse à Folha.
Ele foi o único parlamentar do DF a votar contra o impeachment. ``Teve gente que me procurou para criticar esse apoio, mas teve também quem me elogiasse por eu ter me mantido fiel ao partido e a um velho amigo", afirmou.

Jefferson
O deputado federal Roberto Jefferson tem boas chances de se reeleger.
Jefferson recebeu apoio explícito de Collor em carta assinada pelo ex-presidente e divulgada nos jornais do Rio antes da eleição.
Jefferson é o oitavo deputado mais votado da coligação Força do Povo (PTB-PDT-PMN). De acordo com as projeções do TRE, a coligação deverá fazer um mínimo de dez deputados federais.
O presidente do PRN, Daniel Tourinho, um dos responsáveis pela candidatura Collor, não deverá se eleger. O mesmo boletim do TRE-RJ revela que ele obteve até agora 858 votos. As projeções indicam que o PRN não fará deputados federais pelo Rio. Tourinho tenta pela terceira vez uma vaga na Câmara.
Também integrante da ``tropa de choque", o senador Hydekel de Freitas (PPR) retirou sua candidatura a deputado federal, após fechar um acordo com o candidato José Carlos Lacerda, de seu partido.
Pelo acordo, Hydekel deixaria de concorrer, transferindo seus votos para Lacerda. Em troca, este se comprometeu a não disputar a próxima eleição para prefeito de Duque de Caxias –reduto de ambos.

Paraná
O candidato Abelardo Luiz Lupion Mello, um dos que votaram contra o impeachment, vai ocupar uma das 30 vagas do Paraná na Câmara.Foi eleito pelo PFL.

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