São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Síndrome de segundo turno

Em visita a Brasília, o candidato derrotado ao Senado pelo PSDB de Pernambuco, Maurílio Ferreira Lima, assustou as lideranças tucanas preocupadas com o pipocar de segundos turnos.
Provocado a opinar sobre as chances de Mário Covas e Antônio Britto, Maurílio preferiu contar uma história da eleição de 92.
Ele apoiava para prefeito de Jaboatão (PE) o candidato do PMDB, Luiz Carlos Mata. Disparado nas pesquisas no começo da campanha, Mata foi perdendo fôlego e acabou no segundo turno com Betinho Barredas, do PSDB.
No dia do primeiro comício da nova fase, Maurílio foi a Jaboatão. Mata o tranquilizou. Disse que havia deixado de ganhar no primeiro turno apenas por 700 votos e sairia para o segundo já com um patamar de 40% dos votos.
Desconfiado do otimismo, Maurílio desceu do palanque e foi conversar com os eleitores. Nenhum estava muito entusiasmado e um deles foi claro:
– Eu votei nele, mas não voto mais. Ele não é de nada. Achei que ele ia ganhar e ele dá esse vexame!
Maurílio voltou ao palanque deprimido. E Mata acabou derrotado.

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