São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Receita depende da localização do prédio

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os preços do aluguel de espaços para colocação de publicidade em imóveis dependem do fluxo de veículos no local, do poder aquisitivo do público e do alcance de visibilidade que o anúncio terá.
Segundo Vanderlei Silveira, dono da empresa de comunicação visual Evidência, os valores podem variar de R$ 100,00 por mês, em imóveis de dois andares na CasaVerde (zona norte), até R$ 2.000 na região da avenida Paulista.
Valentim Sola, dono da Publitas, avalia que os pontos mais valorizados de São Paulo estão hoje nas Marginais Tietê e Pinheiros, vale do Anhangabaú, avenidas Faria Lima, Rubem Berta, 23 de Maio, extremidades da Paulista, Brigadeiro Luiz Antônio (entre Brasil e Paulista), além das ruas da Consolação e Augusta.
As marginais Tietê, com 400 mil veículos/dia, e Pinheiros, com 300 mil, são as campeãs de tráfego. Na Consolação, esse número é de 126 mil e na Paulista, próximo à praça Oswaldo Cruz, de 107 mil.
Ao longo do Elevado Presidente Costa e Silva (``Minhocão"), por onde circulam 180 mil veículos/dia, e existem vários prédios com painéis, os espaços estão menos valorizados, na faixa de R$ 400 mil/mês, devido à má-conservação de grande parte dos imóveis.
Avenidas como a 9 de Julho, Santo Amaro e boa parte da Brigadeiro Luiz Antônio enfrentam o mesmo problema, além de serem corredores de ônibus.
São as empresas de comunicação visual que alugam o espaço junto ao condomínio, contratam o anunciante e instalam o painel ou fazem a pintura da publicidade.
Elas também são responsáveis pela legalização do anúncio na prefeitura (existem regras de zoneamento que devem ser obedecidas), por sua manutenção e retirada no término do contrato, sem causar danos ao edifício.
``Colocamos fiação própria para energia e fazemos manutenção, inclusive limpeza de calhas, para que o painel não seja acusado de transtornos", diz Silveira.
Segundo ele, um painel de 100 m2 a 200 2 leva de dois a quatro meses para ser instalado.
O condomínio, no entanto, deve estar atento para a idoneidade da empresa e para que suas responsabilidades constem no contrato.
O documento funciona como o de aluguel de um imóvel comercial, com duração em geral de quatro anos, e deve ser aprovado por assembléia do condomínio.
``Antes da contratação de uma empresa, é importante pesquisar se ela cumpriu devidamente os contratos com outros condomínios", alerta Nelson Cassis, 42, advogado e assessor jurídico do condomínio Minerva (bairro Santa Cecília).
``O edifício já teve vários problemas com empresas que arrebentavam a parede, provocavam vazamentos e infiltrações e desapareciam, sem nos ressarcir pelos danos", afirma.
A diretoria do Masp (Museu de Arte de São Paulo) suspendeu a assinatura de um contrato com a Rainbow Vision do Brasil, empresa que instalaria e administraria um painel eletrônico na cobertura do museu.
Segundo Gilberto Dupas, diretor-tesoureiro do Masp, o contrato só será assinado se a Rainbow oferecer um seguro ou fiança, como garantia do pagamento pelo uso do espaço.
A empresa prometeu pagar US$ 100 mil por mês ao museu, a partir do segundo ano de funcionamento do painel.
Fabricado na Coréia do Sul, o painel teria 108 m2, 50 toneladas e 90 mil lâmpadas.

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