São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Prédios de escritórios invadem Paraíso

CARMEN BARCELLOS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os imóveis comerciais invadem a paisagem tradicionalmente residencial do bairro Paraíso (zona oeste de São Paulo).
A tendência se verifica principalmente em ruas como Abílio Soares, Afonso de Freitas, Leôncio de Carvalho e alameda Santos, nas imediações da avenida Paulista.
``Com o esgotamento dos espaços na Paulista, ocorre uma expansão do centro comercial para as ruas próximas", analisa João Freire D'Avila Neto, da Amaral D'Avila Engenharia de Avaliações.
Também são favoráveis para a instalação de empresas e flats na região, as condições de acesso –através das avenidas Paulista, 23 de Maio, Brigadeiro Luís Antônio, Pedro Álvares Cabral e Brasil– e a infra-estrutura. Destacam-se duas estações do metrô, inúmeros restaurantes e hospitais.
Uma das obras na Abílio Soares, com entrega prevista para fevereiro de 96, é o Integrated System Office, da construtora Inti.
Com 15 andares e conjuntos comerciais de 200 m2, o prédio terá áreas para instalação de postos bancários, restaurante e lojas.
``É um empreendimento sofisticado, com o máximo de serviços, no mesmo padrão do que se oferece na Paulista", diz Marcelo Fleury, engenheiro da Inti.
A obra, que deve ser concluída em julho de 95, conta com 12 salas por andar, cada uma com área útil de 28 m2 a 34 m2 e preços de venda a partir de R$ 95 mil.
Para os terrenos vazios, os projetos também são comerciais. Na esquina da alameda Santos com a rua Leôncio de Carvalho, começará a ser erguido, no próximo ano, um edifício de escritórios da GHG.
O empreendimento, de R$ 13 milhões, terá 20 andares, cada um com 580 m2 de área útil e direito a 18 vagas na garagem. Segundo Márcio Buck, gerente comercial da GHG, serão escritórios de alto padrão –um por andar.
Nas proximidades do parque Ibirapuera, no entanto, o cenário do Paraíso é outro. Ali surgem, cada vez mais, imóveis residenciais de alto padrão.
Na esquina das ruas Alexandre Albuquerque e Evaristo de Morais, está em fase de acabamento edifício de 20 andares, com apartamentos de 267 m2 de área útil e cinco suítes, que custam R$ 565 mil.
A construtora é a Pekelman, que também está entregando um prédio na Sampaio Viana, de 16 andares e unidades de quatro suítes, vendido no lançamento, há três anos.
Estudo da Amaral D'Avila Engenharia de Avaliações mostra que o m2 do terreno na área residencial custa entre R$ 900,00 e R$ 1.600 e na comercial oscila de R$ 2.000 a R$ 4.000.
Mas nem tudo é tão valorizado no Paraíso. A região próxima ao bairro Bela Vista é marcada por cortiços e imóveis deteriorados.
Para Freire, o local também tem vocação comercial, mas precisa passar por um processo de revitalização para que torne a ser valorizado.

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