São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Chanceler pode bater recorde

SILVIA BITTENCOURT
ESPECIAL PARA A FOLHA

Conhecido por ser um grande articulador, Helmut Kohl, 64, se vencer as eleições no domingo pode bater o recorde de permanência na chefia do governo alemão.
Até agora, foi o primeiro chanceler do país, Konrad Adenauer, quem ficou mais tempo no poder.
Kohl está na política desde 1946. Foi ministro-presidente (governador) de seu Estado, a Renânia-Palatinado, e desde 82 é chanceler federal.
Em 90, Kohl se aproveitou da euforia da reunificação e foi reeleito pela terceira vez.
Mas logo sua popularidade começou a cair, pois o chanceler não cumpriu a promessa de financiar a união das Alemanhas sem mexer no bolso do contribuinte e de evitar o aumento do desemprego.
Essa tendência, porém, mudou e agora crescem suas chances.
O principal campo de atuação do chanceler é a política externa. Grande defensor da União Européia, Kohl intensificou as relações, até então bem desconfiadas, entre Alemanha e França.
No âmbito interno, o chanceler se empenha na manutenção da estabilidade social, que tem sido abalada por ataques xenófobos.
Ao se ver perdendo votos para partidos de extrema direita, Kohl passou a adotar um discurso mais nacionalista e a defender mudanças na lei de asilo político, mais restrita desde o ano passado.
O debate em torno da questão dos estrangeiros, segundo os críticos do chanceler, criou um clima ainda mais propício aos atentados xenófobos.
Na economia, o lema da atual coligação liberal-cristã é ``mais mercado, menos Estado".
Investimentos privados devem ser fomentados e o orçamento fortalecido através de cortes nos serviços sociais.
Na sexta-feira, Kohl defendeu que a União Européia deveria estabelecer, na conferência intergovernamental de 1996, um cronograma para aceitação dos países do Leste Europeu como membros.
Segundo o chanceler, a fronteira entre a Alemanha e a Polônia não pode ser o limite final da união.
Ele também disse que a UE deveria ter mais poderes para combater a imigração ilegal e o crime organizado.
(SB)

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