São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994 |
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Socialistas surpreendem e podem se eleger
SILVIA BITTENCOURT
Nas últimas eleições realizadas nos Estados da extinta Alemanha Oriental, o PDS tornou-se a terceira força política mais importante, depois da CDU e do SPD. Os socialistas têm agora chances de se eleger para o Parlamento Federal. O PDS foi fundado em 1990, poucos meses depois da queda do Muro de Berlim, símbolo da divisão da Alemanha do pós-guerra. Com o fim da República Democrática da Alemanha (RDA, a Alemanha Oriental), um grupo de socialistas logo abandonou o antigo partido único daquele país e fundou esta nova agremiação. Os socialistas garantem agora que não querem a volta do socialismo alemão-oriental, mas defendem algumas ``realizações positivas" do antigo governo. Eles se apresentam como uma alternativa ao chamado ``socialismo real" e ao capitalismo. O PDS tem 145 mil filiados, apenas 1.200 deles na Alemanha Ocidental. Mas na Alemanha Oriental (onde vive 20% do total da população do país), ele surge como um partido forte e deve eleger seus candidatos mais populares pelo voto direto. O bom desempenho do PDS nos últimos pleitos surpreendeu a opinião pública alemã-ocidental. Afinal, esperava-se que os alemães-orientais, depois de 40 anos sob uma ditadura socialista, elegessem outros partidos, principalmente os mais à direita. Além disso, o PDS já foi acusado de colaborar com grupos extremistas de esquerda. A boa votação dos socialistas é vista como um ato de protesto por parte dos alemães-orientais, insatisfeitos com sua situação econômica após a unificação do país. Ao comentar os últimos resultados do PDS, o chanceler Helmut Kohl saiu atirando: achamou os socialistas de ``fascistas vermelhos", o que não agradou os alemães-orientais. Social-democratas e os Verdes permanecem divididos sobre como lidar com os parlamentares socialistas que podem ser eleitos. (SB) Texto Anterior: Entenda a eleição alemã Próximo Texto: Chanceler pode bater recorde Índice |
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