São Paulo, domingo, 9 de outubro de 1994
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Desemprego nos EUA é o menor em 4 anos

RUPERT CORNWELL
e ROBERT CHOTE

DO ``THE INDEPENDENT"

Em setembro, o desemprego nos EUA caiu para o nível mais baixo dos últimos quatro anos. É o mais recente de uma série de indicativos econômicos positivos, que tornam praticamente inevitável uma elevação ainda maior das taxas de juros pelo Federal Reserve (o banco central norte-americano), possivelmente antes mesmo da próxima reunião de seu órgão decisório, programada para meados de novembro.
Segundo o Departamento do Trabalho, o índice de desemprego caiu de 6,1% para 5,9% em setembro, o ponto mais baixo desde outubro de 1990 e início da ``recessão Bush", quando esteve em aproximadamente 5,8%.
O número total de salários pagos, a cifra que é observada mais de perto no relatório mensal, subiu em 239 mil no mês passado, enquanto o total de agosto foi revisto para cima, de 179 mil para 246 mil.
Os novos dados reforçam as evidências de que a economia, depois de perder um pouco de ímpeto durante a primavera americana, está agora se expandindo em ritmo acelerado e pode estar se aproximando do ponto em que mais crescimento automaticamente gera inflação. Tudo indica que o PNB continua crescendo em um ritmo semelhante ao de 4,1%, observado no segundo trimestre, ou talvez até mais.
Mas por enquanto a inflação, atualmente em aproximadamente 3% anuais, ainda parece estar sob controle. Embora tanto a carga horária semanal de trabalho quando as horas extras trabalhadas tenham aumentado ligeiramente em setembro, o salário horário médio caiu um pouco. Segundo o secretário do Trabalho, Robert Reich, a economia não está superaquecida. ``Minha avaliação das cifras é boa. Elas estão de acordo com as expectativas."

Bolsas
Na quinta-feira os mercados pareciam concordar com ele. Outro aumento muito temido nas taxas de longo prazo não se concretizou, enquanto os títulos de 30 anos do Tesouro continuavam rendendo um pouco abaixo da barreira psicológica dos 8%. Na metade do dia, Wall Street, que já previa um aumento de empregos em setembro de até 300 mil, estava um pouco mais alto.
A bolsa de Nova York teve alta, enquanto as perspectivas de um aumento iminente nas taxas se desfaziam, com a Média Industrial Dow Jones cerca de 12 pontos adiante nas transações completadas no início da tarde.
Os ganhos de Wall Street ajudaram a empurrar o índice FT-SE, das cem principais ações de Londres, a quase 3.000. Wall Street terminou 14,3 pontos acima do fechamento da quinta, em 2.998,7.
Os próximos indicadores-chave serão os dados relativos aos preços de setembro e as estimativas do PNB do terceiro trimestre, que devem sair ainda este mês.
Com os mercados observando ansiosamente o Federal Reserve, procurando provas de sua determinação em enfrentar a inflação, o menor indício de que a produção ou os preços estejam se acelerando pode levar o Banco Central a aumentar as taxas de curto prazo pela sexta vez este ano, sem esperar a sessão programada do Comitê Federal de Mercado Aberto.

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