São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994 |
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Congresso troca nomes e mantém estilo
CLÓVIS ROSSI; PLÍNIO FRAGA; JOÃO LEIVA FILHO
Essa avaliação sugere que a maioria eventual a ser formada por uma ampla coalizão governista, que incorpore o PMDB, pode ser enganosa. Nem mesmo os votos de todo o PFL e do PTB podem ser considerados certos, de antemão, a favor do governo, quando estiverem em votação medidas que eventualmente minem esquemas fisiológicos de parlamentares. Em todo o caso, em termos estritamente numéricos, a situação do novo governo no Congresso ficará extremamente confortável com o apoio do PMDB. Os três partidos da coligação que apoiou Fernando Henrique Cardoso (PSDB/PFL/PTB) elegeram 157 deputados (sem contar MA, PA e RJ, Estados em que a apuração não terminou) e 32 senadores (incluindo-se os que têm mais quatro anos de mandato e os senadores já definidos nos Estados em que apuração não terminou). Mas é forçoso somar-se a eles os que foram eleitos por partidos como PP e PL, que só não fizeram parte formal da coligação por atraso na definição. PP e PL somam 43 deputados e 6 senadores. A soma geral dos cinco partidos teoricamente governistas iria, portanto, a 200 deputados e 38 senadores, em ambas as Casas abaixo da maioria absoluta (257 deputados e 41 senadores). Com a ajuda em bloco do PMDB, o governo poderia contar com pelo menos 291 deputados e 61 senadores, superando com folga a maioria absoluta. Se a avaliação for feita em termos convencionais de direita/esquerda, a esquerda cresce ligeiramente, na comparação com 1990. Os partidos considerados de esquerda (PDT, PT, PSB, PC do B e PPS, então PCB) elegeram 99 deputados há quatro anos. Agora, foram 88 mais 16 praticamente certos no Rio de Janeiro, o que dá 104, sem contar com PA e MA. Na prática, no entanto, o rumo do Congresso, como vem ocorrendo desde a redemocratização, será dado pelos chamados formadores de opinião, parlamentares com poder de liderança. Nesse ponto, a situação mudou pouco porque a maior parte deles foi reeleita. Exemplo: a bancada dos economistas, se perde o petista Aloizio Mercadante, ganha Antônio Kandir (PSDB-SP) e Maria da Conceição Tavares (PT-RJ). Colaboraram PLÍNIO FRAGA, da Reportagem Local, e JOÃO LEIVA FILHO, editor-assistente de Cidades. Próximo Texto: Inocêncio já inicia articulação para se reeleger presidente da Câmara Índice |
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