São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994
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Torcida faz guerra em Campinas

WILSON BALDINI JR.
ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

O Corinthians perdeu ontem para o Guarani em Campinas por 2 a 1, em jogo do Campeonato Brasileiro. A partida foi marcada por brigas entre torcedores nas arquibancadas e fora do estádio.
Foram internados 19 torcedores corintianos no hospital Mario Gatti, um deles com parada cardíaca.
O time corintiano abriu o marcador com um gol de falta de Marcelinho aos 16min. Cláudio empatou no final do primeiro tempo, também de falta. Amoroso fez o gol da vitória na segunda etapa.
Depois do gol de Marcelinho, a PM liberou um setor da arquibancada superior aos corintianos.
Os oito policiais que estavam na parte superior da arquibancada fizeram um cordão de isolamento para que os corintianos subissem.
O cordão de isolamento foi derrubado. Cerca de 50 corintianos que tinham subido fugiram para o canto da arquibancada. Os policiais mandaram os corintianos voltarem e tentaram fazer uma parede para protegê-los, sem sucesso.
Mais corintianos subiram para ajudar seus companheiros. A briga durou quase 15 minutos. No meio de muita pancadaria, todos desceram. Até o intervalo do jogo, cerca de 30 torcedores foram atendidos no departamento médico.
Na parte inferior, os corintianos destruíram os camarotes do estádio. Quebraram as armações de madeira de cadeiras, portas e janelas para conseguir pedaços de madeira para servir como armas.
Aos 40min do segundo tempo, um pedaço de madeira atingiu o bandeirinha Nélson Aparecido Sonego, ferindo sua perna direita. A partida parou por cinco minutos.
Na saída do jogo, carros e casas próximos ao estádio foram depredados. Os 200 policiais que trabalhavam ontem em Campinas foram todos deslocados para o estádio.
Um torcedor corintiano de 19 anos, identificado com Sergio Francischini, teve parada cardíaca. Reanimado, foi levado ao hospital.
A PM iria levar os ônibus dos corintianos até a saída da cidade.

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