São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994 |
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Presidente do regime militar renuncia
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Um Boeing 757 da American TransAir, fretado pelo governo dos EUA, está no aeroporto de Porto Príncipe à espera do ex-comandante do Exército haitiano, Raoul Cedras, para levá-lo com família e aliados para o exílio. O destino de Cedras e companhia, no entanto, ainda era incerto ontem. O presidente do Panamá, Ernesto Perez Balladares, disse precisar de mais tempo antes de decidir se os aceita em seu país. A oposição a Perez Balladares o acusa de ser servil aos EUA. Ex-protegido de Manuel Noriega (deposto por tropas norte-americanas em 1989), Perez Balladares teme prejuízos se asilar Cedras. Caso ceda às pressões dos EUA, Perez Balladares vai alojar Cedras e sua entourage na ilha de Contadora, no Pacífico, que hospedou o xá do Irã, Reza Pahlevi, em 1979, depois de sua deposição. Se o Panamá recusar asilo a Cedras, os EUA vão tentar convencer a Espanha ou a Argentina a recebê-lo. Se tudo falhar até sábado, quando o presidente Jean-Bertrand Aristide reassume o poder, Cedras irá para Miami. Não se sabe ainda se Jonassaint, 81, acompanhará Cedras no exílio. É dado como seguro que o general Philippe Biamby, outro integrante da junta militar haitiana, terá o mesmo destino de Cedras. O terceiro membro da junta, tenente-coronel Michel François, foi considerado ``persona non grata" pelo Congresso da República Dominicana, onde vive há dez dias com um visto provisório. Como François não aceitou a ocupação do Haiti pelas tropas norte-americanas, os EUA não se responsabilizam por seu futuro. Texto Anterior: França nega apoio à ação americana contra Bagdá Próximo Texto: Washington reconhece a retirada iraquiana Índice |
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