São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994
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Guerrilheiros, terroristas e 500 mil soldados estão na região

ARTHUR VERÍSSIMO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Logo após a independência do subcontinente indiano e a divisão em 1947 da Índia para os hindus e o Paquistão para os muçulmanos, a fronteira entre os dois países se tornou um barril de pólvora.
Estabeleceu-se um acordo no qual um referendo popular decidiria o futuro político da região, mas este acordo nunca se concretizou.
No aspecto estratégico, Caxemira é de suma importância tanto para a Índia quanto para o Paquistão e sua perda é inadmissível para ambos.
O Paquistão foi consolidando sua força e domínio na Província da Fronteira Noroeste, enquanto o regime pró-indiano de Srinagar, capital de Jammu e Caxemira, não só confirmou sua total aproximação com a Índia como abriu mão de seu status especial de semi-autonomia.
Em 1965, outro confronto entre os dois países eclodiu na região devido a um protesto da população local, de maioria muçulmana, contra o governo estadual. Estava dado o início a outra guerra indo-paquistanesa.
Com a forte pressão diplomática internacional para a suspensão do conflito, os dois governos concordaram em retirar as tropas e retornar à situação anterior à guerra.
A partir de então, o Paquistão inclinou-se para o bloco árabe-muçulmano, numa época em que o expansionismo islâmico se consolidava.
Em 1990 um confronto entre a população e o governo indiano quase precipita uma nova guerra. Atualmente a situação é muito tensa, com diversos grupos guerrilheiros e terroristas na região e uma intervenção militar gigantesca feita pelos indianos.
Calcula-se que haja mais de quinhentos mil militares na região –com o agravante de os países possuírem armas atômicas.
(AV)

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