São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 1994
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Muita expectativa pode até frustrar viagem

EDNEY CELICE DIAS
DO ENVIADO ESPECIAL À INGLATERRA

O aprendizado de línguas muitas vezes é cercado de mitos infantis motivados pela ilusão do conhecimento rápido, imediato, fácil.
Uma experiência no exterior no mais das vezes representa um grande avanço para o estudante. A escolha criteriosa do curso, que considere exatamente o que se deseja e os limites do que se pode conseguir, é um bom começo.
O que se pode esperar de um curso em um outro país com duração de um mês? Muito e pouco.
Pouco: não se pode desejar um grande aprofundamento em estruturas gramaticais, a não ser para casos de estudantes de conhecimento avançado. Não se pode esperar também um progresso mágico. O aprendizado de uma língua é fruto de um trabalho continuado.
Muito: a inibição de se falar o idioma tende a ser rompida. O ouvido se familiariza pouco a pouco com a sonoridade da língua. Mas o diferencial decisivo está no contato conjunto com idioma e cultura.
A experiência de imersão total em um outro dia-a-dia, onde prevalecem hábitos e costumes frequentemente diferentes, a necessidade de se falar uma outra língua –nada disso pode ser reproduzido a contento em laboratório.
Para quem tem pouco ou nenhum conhecimento do idioma, um mês no exterior pode significar uma base sólida para um aprofundamento futuro. Nesse caso, não alimente ilusões, o contato cultural é prejudicado pela dificuldade previsível de comunicação.
Para as pessoas que têm um conhecimento intermediário do idioma, um mês pode significar um impulso fundamental no conhecimento da língua. A Churchill House, de Ramsgate, por exemplo, oferece orientação para que um estudante do nível intermediário possa continuar seus estudos sozinho.
Para quem tem um conhecimento avançado, um curso de um mês pode servir para o aprofundamento no estudo da estrutura da língua, para o preparo para exames de proficiência e para o contato, enfim, intenso com a cultura nativa.
Em todos os casos, é preciso ter claro que a escolha de uma boa escola –com infra-estrutura e que receba estudantes de vários países– é decisiva. O relacionamento com estudantes de países diferentes é uma experiência em regra rica e favorece o aprendizado.
O número de estágios oferecidos pela escola também é um indicador importante a ser considerado. Quanto mais níveis, mais fácil encontrar um que seja adequado a cada estudante específico.

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