São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 1994 |
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Covas procura Lula e pede apoio do PT
CLÓVIS ROSSI ; GEORGE ALONSO
Lula comprometeu-se apenas a fazer uma análise da situação, incluindo São Paulo no conjunto das decisões sobre segundo turno que o PT terá que fazer em todo o país. Mas, ontem, a Executiva paulista do PT deu um primeiro e muito tímido passo no rumo do apoio a Covas, ao vetar formalmente qualquer hipótese de apoiar seu adversário, Francisco Rossi (PDT). Na próxima semana, a direção estadual do PT reúne-se com a cúpula do PSDB, para discutir eventual apoio ao candidato tucano. O encontro estava inicialmente marcado para hoje, mas teve que ser adiado porque o Diretório do PT se reúne no domingo e, antes dessa reunião, o diálogo com o PSDB seria inconclusivo. Nas conversas preliminares entre os dois partidos, o PT já deixou claro que não quer cargos em um eventual governo Covas. Essa decisão foi ratificada ontem pela Executiva, que resolveu, desde já, definir-se pela oposição, seja qual for o vencedor. Reivindicação O presidente do PSDB paulista, Geraldo Alckmin, também vice na chapa de Covas, supõe que o PT vai reivindicar acima de tudo um canal aberto, no governo Covas, para o movimento social (os grupos que lutam por educação, saúde, habitação etc). Se for essa a reivindicação principal, está concedida de antemão, até porque combina com a estratégia delineada pelos tucanos para o segundo turno, batizada de ``Projeto Sociedade". Na prática, é a reprodução em São Paulo do programa ``Comunidade Solidária", lançado por Fernando Henrique Cardoso, como candidato presidencial. Trata-se de um projeto que envolve os governos federal, estadual e municipal na elaboração de prioridades para as áreas carentes, de comum acordo com entidades comunitárias, que também fiscalizam a execução das obras. No caso de São Paulo, antecipa-se a idéia, na tentativa de envolver os setores organizados da sociedade na campanha de Covas. Mas o PT tem uma dificuldade de ordem burocrática para eventualmente apoiar o tucano. O Encontro estadual do partido (instância máxima de decisão) havia resolvido, antes da eleição, que qualquer atitude relativa a um eventual segundo turno só poderia ser tomada em novo encontro estadual, de caráter extraordinário. ``Eu não tenho autoridade para alterar essa decisão", diz Arlindo Chinaglia, presidente do PT local. Texto Anterior: Entenda o caso Próximo Texto: FHC diz que pretende agir na eleição em SP Índice |
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