São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 1994 |
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Pescador diz que barco naufragado tinha "problemas de segurança"
ROBERTO MACHADO
``A Capitania dos Portos do Rio não queria dar a licença porque o `Tunamar' não era seguro", disse Couto. Segundo ele, os pescadores disseram que a reforma do barco comprometeu a estabilidade. Os diretores da empresa de navegação Big Mar, proprietária do barco, não deram declarações. A Capitania dos Portos informou que os laudos da vistoria no ``Tunamar" só serão divulgados quando for instaurado um inquérito sobre o naufrágio. O barco pesqueiro ``Tunamar" naufragou no litoral de Arraial do Cabo, 168 km ao norte do Rio. Com o nome de ``Solana Star", o barco ficou famoso em 1987, quando sua tripulação despejou cerca de 15 mil latas de maconha no litoral brasileiro. Até ontem, cinco corpos haviam sido encontrados e havia 20 sobreviventes. As operações de resgate recomeçaram às 7h de ontem e foram interrompidas no final da tarde. A Marinha mantém no local do naufrágio dois rebocadores. A Capitania dos Portos informou que a lista de tripulantes enviada pela empresa Big Mar continha 29 nomes. Sobreviventes afirmam que de 31 a 36 pessoas estavam a bordo do ``Tunamar'. A Colônia de pescadores Z-8, da qual a maioria da tripulação era associada, reúne pescadores de Niterói e São Gonçalo. Couto afirmou que ``os direitos trabalhistas de todos os pescadores resgatados terão que ser pagos pela empresa". Segundo ele, os 29 pescadores da lista enviada pela Big Mar à Capitania dos Portos têm carteira assinada e estão registrados como empregados da empresa. ``E aqueles que não estão registrados na firma terão que receber uma indenização", afirmou Couto. ``A colônia vai colocar à disposição de parentes das vítimas toda a assistência jurídica caso a empresa não pague a indenização", disse. Segundo ele, apesar de todos os ``problemas de segurança", o barco foi vistoriado, e ``possivelmente liberado", pela Capitania dos Portos do Rio na semana passada. Segundo Couto, sobreviventes afirmaram que ``o número de tinas com água, utilizadas para conservar os peixes, era muito grande para o tamanho do barco". O pescador Luis Henrique Barreto Rodrigues, 34, recusou, dias antes do embarque, um convite para participar da viagem. ``O Rildo (Ferreira Barcellos), um dos desaparecidos, me convidou, mas eu achei que o barco era rasteiro e sairia muito pesado." Texto Anterior: Miyake brilha em dia de cores Próximo Texto: Greenpeace atraca perto de madeiras Índice |
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