São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 1994
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INSIDE

COSTANZA PASCOLATO

Na festa de lançamento do perfume Comme des Garçons, terça-feira, no hotel Ritz, a estilista da marca, Rei Kawakubo ficou somente 18 minutos. A festa rolava em dois andares: nos salões do andar térreo e na piscina coberta onde nadavam uns bonitões de maiô (meio anos 30).
O primeiro perfume da marca, que está sendo vendido desde segunda em Paris, Londres e Nova York, parece um licor. Tem um aroma ligeiramente narcótico, uma combinação de óleos essenciais exóticos (anote: labre danum, olibam, benjoim, madeiras e raízes orientais).
Em vez das tradicionais caixas, o frasco vem embalado a vacuo em plástico como banal alimento congelado. Inesperado, portanto fiel à imagem da marca da criadora Rei Kawakubo. Ela diz que quer desmistificar a imagem ``luxo" do perfume. Raro na composição, custa por volta de 450 francos, que vem a ser cerca de U$ 90.
O perfume é hoje o produto que ``democratiza" o consumo das grandes grifes. Jeitão ``não posso comprar a roupa por isso compro o perfume". É também mina de ouro. Que o diga Issey Miyake com seu L'Eau d'Issey, que o fez rico. Yamamoto, radical e oriental, também lançará sua fragrância no final de 95.
Há cinco anos, quando perguntei por que não exploravam o filão da perfumaria à exemplo de seus colegas europeus e americanos, Rei e Yamamoto responderam: ``– Você já viu algum japonês perfumado?". Os tempos com certeza mudaram.

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