São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 1994
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Partido adia apoio a Covas

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT de São Paulo adiou para o próximo domingo a decisão sobre o apoio à candidatura de Mário Covas (PSDB) no segundo turno, contrariando as principais lideranças do partido no Estado.
Líderes como o senador Eduardo Suplicy, a ex-prefeita Luiza Erundina e os deputados José Dirceu e José Genoíno defendiam que o PT anunciasse já o apoio ``por exclusão" a Covas no confronto com Francisco Rossi (PDT).
O partido já descartou a possibilidade de apoiar a candidatura pedetista.
Essas lideranças petistas temem que cresça no partido a tendência pela não-oficialização de um apoio e a liberação da militância, o que poderia trazer mais uma derrota política para o PT nas eleições deste ano.
A convocação do Encontro Extraordinário para o próximo domingo foi aprovada ontem à tarde em reunião do Diretório Regional do PT em São Paulo.
Durante o Encontro Extraordinário, o apoio do partido será definido por cerca de 1.400 delegados, eleitos pelos diretórios municipais e de macroregiões.
A Folha apurou que o apoio a Covas será aprovado por maioria. Os detalhes do encontro, como local e quórum mínimo, serão definidos hoje à tarde em reunião da Executiva Estadual do partido.
A cúpula do partido em São Paulo, cujo grupo majoritário é a ``Opção de Esquerda", está dividida sobre o apoio no segundo turno, o que permitiu o adiamento da decisão.
Uma parcela da corrente majoritária defende o apoio a Covas. A segunda entende que o partido deve optar pelo voto nulo, como no segundo turno de 89 entre Luiz Antonio Fleury Filho e Paulo Maluf.
Segundo o presidente estadual do partido, Arlindo Chinaglia, o adiamento foi deliberado para que ``o conjunto do partido discuta em profundidade o segundo turno e para que mais pessoas possam opinar".
No Acre, o PT decidiu ontem se manter neutro na disputa entre Orleir Cameli (PPR) e Flaviano Melo (PMDB).

Colaborou Agência Folha, em Rio Branco

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