São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 1994 |
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Estudante de engenharia descobre erro de física em aquarela de Debret
DA REPORTAGEM LOCAL Um aluno do curso de Engenharia Mecânica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais descobriu um erro de física em uma aquarela do pintor francês Jean-Baptiste Debret.O quadro "Pequena moenda para fazer caldo de cana" foi pintado em 1822 por Debret, que havia sido convidado em 1816 para ser retratista oficial da Corte no Brasil. A tela representa com grande realismo, como era estilo de Debret, o trabalho de escravos que movimentam um engenho de cana doméstico, diz a revista "Ciência Hoje" (número 101, pág. 82). Mas o estudante Cláudio Branco percebeu que o pintor cometeu um deslize: o sentido de rotação que os escravos imprimem à moenda é incompatível com o sentido em que a cana-de-açúcar entra e sai dela. Os escravos fazem o cilindro central girar no sentido anti-horário. Desse modo, a cana deveria entrar pelo lado direito desse cilindro e sair pelo lado esquerdo. O que se vê é o movimento inverso. Branco descobriu o erro de física ao folhear um jornal que divulgava uma mostra do pintor. Depois ele resolveu transformar a descoberta em um trabalho de física. Nas investigações, não foi descoberto nenhum outro erro de física em quadros de Debret, mas verificaram um deslize equivalente numa tela do alemão Johann Moritz Rugendas. O alemão, que retratou paisagens brasileiras no século 19, errou a transmissão do movimento de rodas de um engenho d'água para os cilindros que esmagam a cana. Texto Anterior: Masada tinha solo fértil há 2.000 anos Índice |
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