São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 1994 |
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Democracia racial Há dois meses o governador do Rio Grande do Sul, Alceu Collares, desembarcou em Brasília para uma série de encontros com autoridades federais. Como sempre, foi bem recebido. O espírito brincalhão de Collares lhe garante estas portas abertas. Descontraído, é capaz de chegar a uma repartição pública e mandar anunciar: – Diga a seu chefe que o negrão do Rio Grande chegou. No caso, o ``negrão" a quem ele se referia era ele próprio. Nesta viagem, Collares teve um encontro com o ministro das Minas e Energia, Delcídio Gomes, para tratar de um acerto de contas da companhia estadual de energia. No dia seguinte o presidente da empresa deveria assinar o protocolo, já sem a presença do governador. Mas Delcídio propôs: – Por que o senhor não fica em Brasília para a assinatura? Collares reagiu: – Não posso. Tenho uma festa da colônia alemã do Rio Grande. Delcídio estranhou: – Mas o que o senhor tem em comum com a colonização alemã? E Collares: – Nada, mas se o negrão não for, vão dizer que é discriminação. Texto Anterior: Roteiro de viagem ; Falta de motivos ; Evidências de sobra ; A reconciliação ; Dimensão do risco ; Sigilo conveniente ; Controle central Próximo Texto: FHC quer que o seu ``SNI" acompanhe conflitos sociais Índice |
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