São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 1994
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Chances reais

CIDA SANTOS

A partir de sexta-feira o vôlei viverá um momento raro em terras brasileiras.
Há 34 anos, quando foi realizado o Mundial Feminino no Rio de Janeiro, não se tem a oportunidade de ver as principais jogadoras do mundo reunidas em uma competição no Brasil.
Poucos por aqui, por exemplo, já tiveram o privilégio de ver de perto em ação a cubana Mireya Luís, considerada a melhor atacante do mundo.
O Mundial, que será disputado em São Paulo e Belo Horizonte, tem pelo menos um grande motivo para ser especial.
Pela primeira vez em sua história, a seleção brasileira vai disputar essa competição com chances reais de conquistar uma medalha.
Esta foi uma temporada de descobertas para as brasileiras. A seleção, com Bernardinho, passou a perceber que pode vencer. O time, até então com uma história de poucas vitórias, conquistou cinco títulos, entre os quais o Grand Prix, a versão feminina da Liga Mundial.
Mais do que isso: venceu as melhores seleções –Cuba, China e Rússia– e parece que afastou todos seus fantasmas.
Na quadra, o Brasil tem mostrado um vôlei moderno com muitas opções de ataque. Na rede, as jogadoras são versáteis e batem de todas as posições.
O time tem um estilo de jogo mais próximo ao executado pelas seleções masculinas. Faz a recepção com três atletas e conta com quatro atacantes que batem do fundo da quadra: Ana Moser, Hilma, Ida e Márcia Fú.
A seleção joga também com muita velocidade, principalmente porque na sua formação titular tem três jogadoras de meio: Ana Paula, Ida e Márcia Fú.
Em termos de força, o time conta com Ana Moser e Hilma, duas das melhores atacantes do mundo.
A principal façanha da equipe talvez tenha sido equilibrar o desempenho no ataque e defesa. Os brasileiros, em todos os esportes, têm tradição de serem bons atacantes e de tropeçarem na defesa.
No Grand Prix, a seleção contrariou essa tradição. Márcia Fú foi eleita o melhor bloqueio e Hilma a melhor defesa.
No seu discurso de lançamento oficial do Mundial, na última quinta-feira, o técnico Bernardinho disse que ``o grande sonho é ver a seleção disputando a final do Mundial no dia 30 com o Ibirapuera lotado". Em um ano de tantas façanhas, o sonho de Bernardinho tem tudo para virar realidade.

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