São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 1994
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ONU exige recuo de tropas iraquianas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Resolução do Conselho de Segurança da ONU exige que o Iraque retire suas tropas de elite da fronteira com o Kuait e deixe de ameaçar países vizinhos.
A medida, apresentada pelos EUA, foi aprovada na noite de anteontem por unanimidade pelos 15 membros do Conselho.
Mas há divergências sobre a possibilidade de uso de força para conter eventuais violações.
Os EUA dizem que vão "tomar todas as ações apropriadas". "A área é de vital interesse dos EUA e vamos nos comportar multilateralmente quando pudermos e unilateralmente quando devermos", disse a embaixadora na ONU, Madeleine Albright.
Mas o vice-embaixador russo, Vasili Sidorov, afirmou que no texto aprovado não há provisões que justifiquem o uso da força.
Há dez dias, cerca de 80 mil soldados iraquianos foram deslocados para a fronteira com o Kuait. A maior parte já recuou, após o envio de tropas dos EUA para o lado kuaitiano.
O documento condena a recente movimentação militar e exige a imediata retirada da Guarda Revolucionária para suas posições originais.
A decisão da noite de sábado foi precedida por um impasse entre EUA –que preferiam votar imediatamente– e a Rússia, que queria atraso de um dia para esperar o relato da missão negociadora do chanceler Andrei Kozirev.
Por pressão da Rússia, foi incluída no texto menção no texto aos esforços diplomáticos de Kozirev.
Ele afirma ter uma promessa de Saddam Hussein: reconhecer o Kuait se um programa de levantamento gradual das sanções (imposto após a invasão do emirado, em agosto de 1990) for aprovado.
O texto aprovado diz que o Iraque está pronto a aceitar a soberania do emirado, mas exige que isso seja feito formalmente.
Não há referência à questão das sanções, cujo fim depende de testes para comprovar o desarmamento do país, imposto após a derrota na Guerra do Golfo, em 1991.
"Não é ocasião para o fim das sanções, para fazer nenhum favo", disse o secretário americano de Estado, Warren Christopher.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que as tropas americanas "ficam na região do golfo Pérsico até passar a crise".
O Ministério do Exterior kuaitiano declarou que a decisão da ONU é "garantia suficiente" de que não haverá novas ameaças.

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