São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 1994
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Chuva não afasta ameaça de racionamento

DA REPORTAGEM LOCAL E DAS REGIONAIS

O calor e a chuva da tarde de ontem devem se repetir até o fim da semana na cidade de São Paulo, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Apesar disso, a situação nos reservatórios da Sabesp continua crítica e o racionamento de água não foi descartado. ``Não adianta haver uma pancada no centro da cidade e não chover nada na cabeceira dos reservatórios", disse a meteorologista Neide de Oliveira, 37.
Segundo o presidente da Sabesp, Luis Appolônio Neto, terá que chover pelo menos 90 mm até o dia 2 de novembro para evitar o rodízio no abastecimento de água.
O racionamento está programado para começar no dia 3 na zona sul e no dia 10 na zona leste. Os bairros atingidos ficarão um dia sem água e três dias com abastecimento normal.
Ontem, a máxima na capital foi de 32,3º C. Para aproveitar o sol, os amigos Julio Kosiak, 20, Pierre Melo, 22, Luigi Grecco, 20 e Flávio Alves, 30, foram tomar um chope na ``prainha" da rua Joaquim Eugênio de Lima, nos Jardins (zona oeste), às 14h.
Eles tinham acabado de chegar da Oktoberfest, em Blumenau (SC). ``O tempo lá não estava muito bom e era impossível não aproveitar o sol", disse Julio.
Interior
Em Ribeirão Preto, no interior do Estado, mais de mil peixes morreram no rio Pardo durante a manhã de domingo, segundo pescadores que estavam no local. A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) de Ribeirão Preto não tem dados oficiais sobre a mortandade.
A causa das mortes foi a falta de oxigênio nas águas do rio Pardo, depois da chuva de 0,3 mm que atingiu a cidade no sábado à noite.
Segundo o gerente de controle da Cetesb, Marco Antonio Sanchez Artuzo, a chuva levou o lixo da cidade para o ribeirão Preto, principal afluente do rio Pardo.
``A chuva movimentou também o lodo acumulado no ribeirão, composto pelo esgoto doméstico. Esses resíduos dos esgoto são matérias orgânicas que retiram o oxigênio da água", afirmou Artuzo.
O diretor da Dira (Divisão Regional Agrícola) de Ribeirão Preto, Paulo Greco, afirmou que a chuva que atingiu a cidade no sábado e ontem não foi significativa.
Em Votuporanga (520 km a noroeste de SP), a Superintendência de Água e Esgoto da cidade vai multar os moradores que estiverem desperdiçando água.
Segundo o superintendente Ambrósio Riva Neto, 40, a multa é de 3 UFMs (Unidades Fiscais do Município) e equivale a R$ 28,40.
Ele disse que são consideradas desperdício de água lavagens de calçadas, ruas, carros, motos e bicicletas. ``A população está colaborando e até agora nenhuma multa foi aplicada", afirmou ontem.

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