São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 1994
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Free Jazz promete sua edição mais polêmica

CARLOS CALADO
FREE JAZZ PROMETE SUA EDIÇÃO MAIS POLÊMICA

Com noites dedicadas ao acid jazz, ao soul e ao blues, o festival começa sábado confrontando tradição e novidades
Rap, blues, música brasileira, soul, funk e também jazz. Com um cardápio cada vez mais eclético, o Free Jazz Festival abre neste sábado sua nona edição, prometendo música de qualidade e uma razoável dose de polêmica.
Durante seis noites simultâneas, os palcos do Palace (em São Paulo) e do Hotel Nacional (no Rio) serão frequentados tanto por jazzistas radicais, como por astros do blues e até da música pop (leia programação abaixo).
Para irritação dos jazzófilos mais conservadores, o festival inaugura uma noite exclusiva de ``acid jazz", a fusão do rap e do hip-hop com o jazz que vem causando polêmica no meio musical.
``A mistura com o rap está despertando o interesse do público mais jovem pelo jazz", aposta Monique Gardenberg, produtora do evento. ``A noite de `acid jazz' é a grande novidade do Free Jazz deste ano", afirma.
Outro show que não agrada aos fãs mais ortodoxos do jazz, mas promete acontecer sob temperatura altíssima, é o de James Brown, o ``godfather" do soul e do funk, que vem ao país pela terceira vez.
Em suas últimas edições, o festival já vinha tentando oferecer noites temáticas. Neste ano, assume de vez a estratégia de programação e batiza cada noite.
Além da já tradicional noite de blues, o programa amarra as restantes com os títulos de ``Acoustic & Vocal", ``Crossover", ``Mainstream", ``Rhythm & Soul" e ``Acid Jazz". Melhor para o público, que pode escolher seus estilos favoritos.
Quanto às atrações nacionais, o festival preferiu investir em talentos do instrumental brasileiro ainda pouco conhecidos pelo grande público: a dupla Lenine & Suzano, o violonista Guinga e o tecladista Cristóvão Bastos. Três apostas que podem trazer boas surpresas.
(CC)

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