São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 1994
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PMDB discute 4 horas e não define quem apóia

EMANUEL NERI
GEORGE ALONSO

EMANUEL NERI ;GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, defendeu ontem a neutralidade do PMDB no segundo turno da sucessão paulista. Negou ter sinalizado antes apoio a Mário Covas (PSDB).
"Vou me manter equidistante dos dois candidatos", disse. Para ele, o melhor caminho para o PMDB é liberar seus integrantes para que votem em quem achar melhor. Orestes Quércia também defende a neutralidade.
Fleury anunciou sua decisão depois de se reunir em São Paulo com lideranças peemedebistas. Quércia não foi convidado. Após o encontro, voltou a dizer que seu "caminho político" é diferente do de Quércia.
"Penso de forma diferente. Minha maneira de fazer política é diferente", afirmou. Pela primeira vez, disse ter sido contrário à cancidatura de Quércia a presidente.
Segundo o governador, ele manifestou sua discordância ao próprio Quércia. Mas se manteve calado porque qualquer atitude dele "racharia o partido".
"Cumpri o meu papel. Fui leal. Mas, a partir da apuração, segui meu caminho político que não é o do Quércia", afirmou. "Está encerrado o meu compromisso de lealdade com Quércia".
Fleury quer ocupar papel de mais destaque no PMDB. Sua iniciativa de convocar a reunião de ontem teve esse objetivo.
O governador quer ser presidente do PMDB. ``Não pretendo nem descarto", disse ontem, quando indagado sobre o tema. Outro sonho seu é se candidatar a prefeito de São Paulo.
Mas a reunião de peemedebistas organizada por Fleury não surtiu muito efeito. Após quase quatro horas de discussão, decidiu-se o óbvio –o empenho para eleger seus candidatos a governador no segundo turno.
Outra decisão mais do que prevista é a de disputar as presidências da Câmara e do Senado –o PMDB tem maioria nas duas Casas. A questão do apoio ou não ao governo de Fernando Henrique ficou para depois do segundo turno.
Fleury disse que defende o apoio dos peemedebistas ao novo governo.

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