São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 1994
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TRE do Rio não sabe quando recontar votos

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

A confusão armada pela descoberta de fraudes na eleição de deputados federais e estaduais do Rio deixou a Justiça Eleitoral fluminense tão atordoada que não se sabe sequer a data em que se decidirá ou não pela recontagem dos votos.
O vice-presidente do TRE, Genarino de Carvalho, defendeu ontem que a recontagem geral seja adiada para depois de 15 de novembro.
Genarino disse estar preocupado com o fato de os votos estarem guardados nas zonas eleitorais, sob a responsabilidade dos juízes.
O procurador-regional-eleitoral, Alcyr Molina, disse que pode sugerir novas eleições no lugar da recontagem.
``Se a fraude for generalizada, acho que devem ser convocadas novas eleições", afirmou Molina, que pretende concluir parecer sobre o caso na próxima sexta-feira.
Para o vice-presidente do TRE, falta ``respaldo legal" à proposta. Seria preciso que a recontagem detectasse mais de 50% de votos nulos e fraudados.
Em seu parecer, Molina pode sugerir ao TRE que considere sob suspeição a maioria dos votos, já que em algumas urnas a fraude ultrapassou 90% dos votos.
Para isso, ele vai se basear também na pouca quantidade de votos brancos para deputados. Transferir esses votos para candidatos é a principal modalidade de fraude.
Em relação a 1990, os votos em branco para deputados estaduais diminuíram de 20,8% para 10,87% e, para federais, de 20,65% para 13,04%.
O corregedor-regional-eleitoral do Rio, Paulo Cesar Salomão, determinou ontem a suspensão imediata de toda publicidade do governo do Estado.
Segundo o despacho do corregedor, a publicidade tem ``inevitável vinculação" com o candidato do PDT, Anthony Garotinho.

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