São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 1994 |
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Cientistas acham novo tipo de HIV no Brasil
CLÁUDIO CSILLAG
Uma pesquisadora do Instituto Adolfo Lutz descobriu um caso de infecção pelo subtipo C do HIV em São Paulo. Outros três casos foram detectados no Rio Grande do Sul, através de um estudo de cientistas brasileiros e da OMS (Organização Mundial da Saúde). Fora do Brasil, ele só foi registrado na Índia, onde é comum, e em países do sul da África. A descoberta é importante porque existe a suspeita de que o subtipo C do HIV seja mais transmissível através de contato heterossexual do que a forma mais encontrada de HIV em São Paulo e no resto do país (subtipo B). "É apenas uma hipótese, que precisa ser testada", diz Ester Sabino, autora da descoberta. Se confirmada, o registro do primeiro caso de infecção com o subtipo C deverá servir de reforço às medidas de prevenção à Aids no contato heterossexual. "Há vários dados favoráveis à hipótese", disse por telefone à Folha José Esparza, do programa de Aids da OMS, sediada em Genebra, na Suíça. Mas, segundo o especialista, existem dados que sugerem outras explicações para a infecção do subtipo C (leia texto abaixo). A identificação do novo subtipo traz ainda implicações para testes de vacinas contra a Aids. "A maior parte das vacinas sendo testadas no mundo são contra o subtipo B, que é a principal forma do vírus nos Estados Unidos e na Europa", diz Sabino. Segundo a pesquisadora, não se sabe se o subtipo é um fator importante para a eficácia da vacina, mas provavelmente o ideal seria que cada população fosse vacinada contra o vírus que a ataca. Texto Anterior: Ciro chama PT para discutir o Plano Real Próximo Texto: Casos indianos sugerem padrão Índice |
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