São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 1994
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21 morreram em Vigário Geral

MARCELO MIGLIACCIO
DA SUCURSAL DO RIO

As ações mais violentas da polícia do Rio nos últimos anos ocorreram sempre depois de episódios onde policiais foram mortos, feridos ou simplesmente afrontados.
Em agosto de 93, um grupo de PMs matou 21 moradores da favela de Vigário Geral (zona norte), onde, na véspera, quatro PMs haviam sido mortos, possivelmente por traficantes.
Foram responsabilizados pelas mortes dos moradores da favela –todos sem antecedentes criminais– 28 policiais, a maioria do 9º Batalhão (Rocha Miranda), onde estaria sediado o grupo de extermínio Cavalos Corredores.
Na madrugada de 23 de julho do mesmo ano, oito meninos de rua foram mortos a tiros em frente à igreja da Candelária (centro do Rio), local em que costumavam dormir sob marquises.
Quatro policiais foram acusados pelo crime, entre eles um guarda de trânsito que trabalhava em frente à Candelária. O motivo foi o apedrejamento de um carro da PM pelos meninos de rua, dias antes.
No sábado passado, a favela de Vigário Geral foi palco de outra represália da polícia. Após um tiroteio em que ocupantes de um Monza alvejaram uma patrulha do 9º BPM, a favela foi invadida.
Cerca de 80 policiais participaram da ação e o resultado foram cinco moradores mortos.

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