São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 1994
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Governo vende títulos a juros mais baixos

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O governo colocou ontem a totalidade de 1,7 bilhão de NTNs (Notas do Tesouro Nacional) em valor equivalente a US$ 1,6 bilhão. O Banco Central retirou assim o dinheiro que vinha injetando na economia através de compra de dólares.
O governo aceitou ontem pagar juros médios de 15,05% ao ano mais a variação da Taxa Referencial para os papéis (NTNs) de 182 dias e de 15,23% ao ano para os títulos de 273 dias.
No leilão anterior de NTNs (em 30 de setembro), as taxas foram de 15,95% ao ano para papéis de quatro meses e de 16,20% ao ano para títulos de oito meses.
A redução nos juros dos títulos públicos foi provocada pela procura desses papéis em função da necessidade dos bancos em cumprirem a exigência de realizar depósito compulsório junto ao BC.
O Banco Central colocou também R$ 4,2 bilhões de BBCs com taxa/over de 5,52% ao mês, contra 5,58% ao mês no leilão do último dia 4.
No mercado de CDBs, as taxas subiram ontem refletindo expectativa de inflação maior para outubro e a necessidade de captação de recursos pelos bancos.
O Banco Central interveio novamente ontem no mercado de câmbio e comprou dólar a R$ 0,844 em um leilão. Segundo operadores do mercado, o BC recusou propostas de bancos que queriam vender a moeda a R$ 0,845.
O mercado acredita que o BC trabalha no momento na faixa de cotações entre R$ 0,84 e R$ 0,86.
O mercado acionário operou ontem em alta de 2,61%. O índice das Bolsa paulista registrou queda de 13% do início do mês até o dia 17, por causa do vencimento do mercado de índice e de opções.
As Bolsas ficam mais especulativas por ocasião do vencimento do mercado de opções. Ontem foi o primeiro pregão sem a influência da ``guerra" entre investidores com posições ``compradas" (apostam na alta) e ``vendidas" (na baixa). A alta ontem de 2,61% é insuficiente para definir a tendência da Bolsa.
As ações da Petrobrás PN estiveram entre as maiores altas ontem na Bolsa paulista com variação de 5,2%. A estatal anunciou a descoberta de nova reserva de petróleo na Bacia Potiguar, localizada a 35 quilômetros a nordeste da cidade de Mossoró (RN).

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,134% no último dia 14. A taxa média foi de 5,57% ao mês. No mercado de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,65% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas rendem 3,0770% no dia 18. Os CDBs prefixados para 30 dias pagaram entre 33% e 59,0% ao ano. Os papéis pós-fixados de 182 dias pagaram taxas entre 18,5% e 19,0% ao ano mais a TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,89% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 59% e 71% ao ano.

No exterior
Prime rate: 7,75%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 49.095 pontos, com alta de 2,61% e volume financeiro de R$ 313,4 milhões. Rio: alta de 1,6% (I-Senn), fechando com 21.137 pontos e volume financeiro de R$ 43,48 milhões.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones na Bolsa de Nova York fechou com 3.917,54 pontos, contra 3.923,92 pontos no pregão anterior. O índice Financial Times fechou 2.374,30 pontos, contra 2.400,00 no dia anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 19.992,40 pontos, contra 19.958,29 no dia anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,845 (compra) e R$ 0,847 (venda). Segundo o Banco Central, o dólar comercial foi negociado no dia anterior a R$ 0,827 (compra) e por R$ 0,829 (venda). ``Black": R$ 0,860 (compra) e R$ 0,870 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,850 (compra) e R$ 0,860 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,95%, fechando a R$ 10,60 o grama na BM&F, movimentando 1,12 tonelada.
No exterior
Segundo a agência ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,6149. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5020 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 98,05 ienes. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 389,10.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para outubro é de 3,69% no mês; para novembro a 3,98% no mês, para dezembro a 4,13% e para janeiro a 3,90% no mês.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,856 para outubro, a R$ 0,872 para novembro, a R$ 0,886 para dezembro, R$ 0,904 para janeiro, R$ 0,919 para fevereiro e R$ 0,933 para março de 1995.
O índice Bovespa no mercado futuro para dezembro fechou a 53.400 pontos.

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