São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 1994
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Comércio compra até 40% mais para o Natal

MÁRCIA DE CHIARA
FÁTIMA FERNANDES

MÁRCIA DE CHIARA FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As indústrias de eletrodomésticos, eletrônicos e de roupas já recebem encomendas para o Natal até 40% maiores do que as de 1993.
As lojas apostam nas vendas de final de ano tomando como base o ritmo do consumo desde a entrada do real e, em especial, neste mês.
Análise da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP) mostra que este outubro será o melhor desde 1990.
Para Oiram Corrêa, economista da FCESP, o faturamento das lojas neste mês será 31% maior do que o de igual período de 1993. ``Não há explosão de consumo."
Segundo Corrêa, a receita das lojas neste mês será 17,6% menor do que a de outubro de 1989 (último bom ano de vendas).
E mais: o faturamento será 44,3% menor do que o de igual mês de 1986 (época do ``boom" de consumo). Ou ainda 1,7% menor do que o do pior ano de vendas da década de 80 (1983).
É consenso entre comércio e indústria que as vendas apenas se recuperam. Tanto é que os fabricantes de bens de consumo descartam a possibilidade de desabastecimento neste final de ano.
Franz Reimer, diretor do Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, diz que as fábricas ainda operam com 20% de ociosidade.
Para ele, até o final do ano a indústria não deve ocupar toda a sua capacidade de produção. ``Ela só alcança os níveis de 80 nos próximos dez meses."
Nas confecções, os pedidos cresceram 30% desde a entrada do real e devem se manter até o final do ano, diz Roberto Chadad, presidente da Abravest (Associação Brasileira do Vestuário).
Este crescimento não diminui a ociosidade das confecções. Segundo Chadad, as fábricas produzirão neste ano 3,1 bilhões de peças –só 2,5% mais do que em 1993 e 35,4% menos do que em 1986.
Na sua análise, toda a utilização da capacidade de produção da indústria do vestuário está longe: as confecções ainda têm 434 mil máquinas de costura desativadas.
``Para operar a todo vapor é preciso que a estabilização econômica se consolide", diz Chadad.
O setor eletroeletrônico também quer ver o consumo firme antes de arriscar investimentos.
A Gradiente, por exemplo, planeja expandir a sua capacidade produtiva somente a partir de 1995. Neste momento, ela opera quase a plena carga.
``Estamos preparados para atender crescimento de vendas de 35% até o final do ano", diz o diretor Victor Leal Jr.
Natale De La Vecchia, dono da rede Cem, confirma o aumento de 35% no faturamento desde agosto.``Não consigo recompor estoques, que davam para 45 dias."

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