São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 1994
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DJ Soul Slinger mostra `Jungle Music' em SP

GUTO BARRA
DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo pode ver hoje uma amostra do que está acontecendo na noite de Nova York e Londres. O clube Columbia (r. Estados Unidos, 1.570, Cerqueira César, tel. 282-8086) promove hoje a festa Liquid Sky Music, com o DJ Soul Slinger, 37, paulistano radicado em Nova York.
Conhecido em SP pelas festas de sua loja Liquid Sky (de cosméticos e street-wear) nos anos 80, Slinger transferiu sua marca para NY em 89 e começou a trabalhar como DJ em clubes como Limelight e Nell's.
Hoje, a Liquid Sky ganhou destaque em revistas como ``Details" e ``Paper" e no programa ``House of Style", da MTV americana. As camisetas de inspiração espacial são vendidas em vários pontos na Europa e no Japão.
Com sede no bairro do SoHo, a loja virou ponto de encontro de DJs e descolados e central de informações das melhores festas da cidade.
``Evoluímos da cena das raves. Acabamos reunindo um público muito jovem, que os clubes não querem. Esse público não bebe e não gasta dinheiro, por isso acaba ficando de fora de muita coisa", conta Slinger à Folha, por telefone, de NY.
Em 91, o DJ lançou seu primeiro disco e formou a Liquid Sky Music, uma reunião de artistas, performers, dançarinos, percussionistas e vocalistas. Apresentando-se em clubes e festas undergrounds, acabaram sendo convidados para as raves que aconteceram na segunda edição do Woodstock, em agosto.
Como produtor musical, Slinger tem uma participação em uma faixa do último disco do Deee-lite, em que misturou samples de bateria de samba à uma base dance.
No início de 95, a Liquid Sky Music faz o lançamento mundial de seu disco de ``Jungle Music" –derivação do tecno, de influência tribal, com percussão e vocais vindos do reggae– pelo selo Astro Works, ligado à EMI.
Afastado das pistas brasileiras desde de maio de 93, quando participou da rave L&M Music, o DJ diz que ``a cena club de SP é muito baseada no que as pessoas lêem em revistas como `Project X'. Em NY, nos tornamos underground porque ninguém quer ouvir um promoter dizer o que se deve ou não tocar".
As raves do momento acontecem em galpões ou lugares alternativos e, segundo Slinger, preparam a volta do tecno –variação da house quase sem vocais, feita com timbres mais eletrônicos– ao circuito dos grandes clubes.

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