São Paulo, quarta-feira, 19 de outubro de 1994
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Charles é autorizado a se divorciar

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

Erramos: 20/10/94

O título desta reportagem foi publicado com um "á" no lugar do verbo "é", em alguns exemplares desta edição.
O Palácio de Buckingham disse ontem que Charles pode se divorciar de Diana se quiser. O príncipe e a princesa de Gales estão "livres para tomar suas próprias decisões", afirma nota da sede da monarquia britânica.
A mudança de posição do palácio –para quem há dois anos o assunto era impensável– aumenta especulações de que o casal esteja preparando seu divórcio, conforme disse a revista francesa ``Voici".
Os advogados de Charles e de Diana negaram, em um documento único, essa informação.
Segundo o documento, apresentado pelos advogados Henry Boyd-Carpenter (Charles) e Lord Mishcon (Diana), não houve discussões sobre divórcio entre os príncipes de Gales ou "sobre um acordo financeiro entre as partes".
A "Voici" atribui as informações publicadas ao livro de Andrew Morton, "Diana: Her New Life" (Diana: Sua Nova Vida), com lançamento previsto para o próximo dia 8.
A editora Michael O'Mara, responsável pelo livro de Morton, disse que nem tudo o que a revista publicou saiu da obra.
"Há elementos do livro, mas muita coisa foi distorcida", disse Daniel Hume, assessor da editora.
Segundo a revista francesa, Diana receberia US$ 24 milhões, uma casa em Londres e outra no País de Gales ou França pelo divórcio.
Como parte do acordo, ela abriria mão da custódia dos dois filhos e do posto de rainha no caso de coroação de Charles.
A revista também afirma que a princesa se sente "a maior prostituta do mundo", por causa de seu papel na família real. "Não sou a princesa de Gales, sou a prisioneira de Gales", teria dito Diana.
O jornalista Luis Alvarez Gomez, da "Voici", foi preso quando tentava vender trechos da edição francesa de "Diana: Her New Life" (leia texto nesta página).
Segundo Rodney Barker, da London School of Economics, Charles continuaria a ser o herdeiro do trono britânico mesmo com o divórcio do casal.
Mas a coroação de Diana como rainha estaria comprometida. Os direitos dos filhos ao trono não seriam prejudicados, diz Barker.
Ontem, o autor da biografia autorizada de Charles, Jonathan Dimbleby, 49, disse que muitas interpretações feitas por ele, como autor do livro, estão sendo atribuídas ao próprio Charles.
Ele se negou a dar novas informações sobre a obra, que deve ser lançada no próximo dia 3.
Uma pesquisa com 502 pessoas, para o jornal "Daily Mirror", revela que 82% dos britânicos acham que o casal deve se divorciar. Apenas 9% disseram que Diana e Charles deveriam ficar juntos e 9% não souberam responder.

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