São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Pefelistas rebatem declarações de FHC

FERNANDO GODINHO
RAQUEL ULHÔA

FERNANDO GODINHO ; RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL reagiu à avaliação feita pelo presidente eleito, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de que o partido saiu enfraquecido destas eleições.
Publicamente, os caciques do partido optaram por minimizar as declarações de FHC. Mas, reservadamente, consideraram as declarações ``infelizes e equivocadas".
Em Moscou, FHC disse que o PFL saiu enfraquecido porque não conseguiu eleger nenhum governador no primeiro turno das eleições.
Um deputado que disse que governador não vota, quem vota é deputado e senador. O líder do PFL na Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (BA), rebateu FHC dizendo apenas que ``as urnas fortaleceram o partido".
A argumentação de Luís Eduardo baseia-se na avaliação feita pela liderança: a bancada na Câmara se manteve estável e aumentou o número de senadores.
Magalhães lembrou também que o PFL ainda disputa o segundo turno com candidatos próprios em 4 Estados e está coligado com Mário Covas (PSDB-SP), Marcelo Allencar (PSDB-RJ) e Hélio Costa (PP-MG).
Com menos poder de influência dentro do PFL, os senadores João Rocha (PFL-TO) e Odacir Soares (PFL-RO) criticaram abertamente o presidente eleito, FHC.
``Continuamos sendo o segundo partido do Congresso e o presidente eleito terá que contar com aliados leais e sinceros, como nós do PFL", disse Rocha.
``Ele (FHC) está equivocado. O PFL é tão forte que ele precisou do partido para viabilizar sua própria eleição", afirmou Soares.
O vice-presidente eleito, senador Marco Maciel (PFL-PE), não quis comentar as declarações de FHC. ``Só comento o que for dito no Brasil", ironizou Maciel, lembrando que FHC ``teria feito estas declarações em Moscou".
Presidência do Senado
A vontade do PFL amplificar o desempenho nas urnas levou o partido a articular uma estratégia de disputa com o PMDB pela Presidência do Senado.
O PFL tenta aliar-se a partidos menores para formar um bloco com o maior número de senadores, ou mudar o regimento da Casa, que determina que a Presidência seja do maior partido.
O senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) disse que ``o PMDB vai policiar, para impedir qualquer tentativa de mudar o regimento".
O PMDB não abre mão de indicar o próximo presidente do Senado, mas poderá enfrentar uma disputa com o PFL, a exemplo do que deve ocorrer na Câmara.

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