São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Cinco são mortos em chacina na Grande SP

ANDRÉ MUGGIATI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco pessoas foram mortas e uma ficou ferida em uma chacina ocorrida à 1h de ontem no centro de Francisco Morato, na região da Grande São Paulo.
S.M.S., 15, W.A.S., 17, F.J.N., 17, Israel de Oliveira, 19, Valdeci Luiz dos Santos Souza, 18 e Jairo Rodrigues dos Santos, 22, estavam conversando em frente à padaria Moracenter, na rua Gerônimo Caetano Garcia, próximo à estação de trem de Francisco Morato. A padaria já estava fechada.
Segundo a polícia, testemunhas disseram que, por volta da 1h, dois homens encapuzados, com dois revólveres cada, aproximaram-se dizendo ser um assalto.
Fizeram todos deitarem-se de bruços no chão, com as mãos para trás. Em seguida, os executaram com tiros na cabeça e na nuca.
F.J.N. tentou fugir e foi baleado no tórax, no ombro e na boca. A seguir teria se atirado ao chão, fingindo estar morto e sobreviveu.
Além de F., dois outros rapazes foram socorridos no pronto-socorro da cidade, mas morreram antes de chegar ao hospital. F. não corre risco de vida, mas está com proteção constante da Polícia Civil.
A.M.O., que estava na estação de trem, ouviu os tiros e pode ter presenciado a fuga dos assassinos, segundo o delegado Manuel Alberto Cardoso de Mello, titular da delegacia de Francisco Morato. O delegado afirmou que um dos mortos tinha passagem pela polícia.
Maria Lima dos Santos, mãe de Jairo Rodrigues dos Santos, disse desconhecer que o filho tenha envolvimento com drogas. Ela afirmou que ele raramente parava em casa e chegava para dormir sempre depois de o dia amanhecer.
O delegado Cardoso de Mello acredita que há ligação entre esta chacina e outras ocorridas este ano em cidades da Grande São Paulo.
O delegado citou a chacina de seis pessoas em Franco da Rocha, cidade vizinha a Francisco Morato, no último dia 7, e de 12 pessoas em Taboão da Serra, no dia 12 de junho.
Para ele, o modo de agir dos assassinos, deitando as vítimas e matando com tiros na nuca, leva a crer que se tratam das mesmas pessoas. O delegado disse ter certeza de que os executores não moram em Francisco Morato, mas não quis explicar por quê.

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