São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Supremo Tribunal Federal autoriza extradição de ex-ditador boliviano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Por dez votos a um o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou ontem a extradição do general Garcia Meza Tejada, ex-ditador da Bolívia. Apenas o ministro Marco Aurélio Mello votou contra.
O governo boliviano tem prazo de 60 dias para transferir Meza, hoje preso no 1º Batalhão da PM em Brasília. Meza foi condenado em seu país a 30 anos de prisão.
Os sete meses em que ficou preso no Brasil serão deduzidos do total da pena. O general foi acusado de homicídio, peculato (desvio de dinheiro em benefício próprio), corrupção, genocídio e cerceamento da liberdade de imprensa.
No total, as penas de Meza somaram 231 anos, mas as leis bolivianas reduzem ao máximo de 30 anos o tempo de prisão.
O embaixador da Bolívia, Jaime Balcázar, vai assinar documento se comprometendo a dar garantia de vida a Meza, que ficará preso na penitenciária de Chonchocoro.
Balcázar morava em Paris, em 1980, quando Meza deu o golpe na Bolívia. ``Junto com um grupo de jovens invadi a embaixada boliviana para protestar contra o golpe."
Na avaliação dos ministros do STF, Meza cometeu crimes comuns durante a presidência da Bolívia. A Constituição brasileira não permite extradição em casos de crimes políticos e de opinião.
No único voto contrário, o ministro Mello afirmou que os crimes de Meza eram políticos.

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