São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Bomba deixa 22 mortos e fere mais de 40 em Israel

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A explosão de uma bomba num ônibus no centro de Tel Aviv deixou pelo menos 22 mortos e mais de 40 feridos.
A rádio Voz da Palestina, sediada na área autônoma de Jericó, disse ter recebido um telefonema reivindicando o atentado em nome do Qassam, braço militante do Hamas, contrário ao acordo de paz entre os palestinos e Israel.
A Rádio Israel (estatal) informou ter recebido um telefonema de uma pessoa falando hebraico com acento árabe reivindicando o ataque em nome de 400 simpatizantes do Hamas expulsos por Israel em dezembro de 1992.
Segundo o chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, tenente-general Ehud Barak, a bomba foi detonada dentro do ônibus por um terrorista suicida.
Um repórter da Rádio Israel identificou o terrorista como Ichi Aiach, morador de Rafat, cidade próxima a Hebron, na Cisjordânia.
O chefe de polícia de Tel Aviv, Gabi Last, disse que a bomba tinha entre 10 e 20 quilos.
A bomba explodiu às 8h55 (4h55 em Brasília) e destruiu completamente o ônibus da linha 5 na parte norte da praça Dizengoff.
Os mortos estavam entre os passageiros do ônibus destruído, de outro que circulava no sentido contrário e entre pedestres.
Este foi o terceiro ataque contra israelenses este mês. O objetivo dos ataques é sabotar as negociações entre Israel e OLP.
Mas o governo de Israel informou que o ataque de ontem, o pior desde que comandos palestinos mataram 37 israelenses em 1978, não interromperá as negociações.
"Interromper o processo de paz agora singnifica ceder aos terroristas", disse o ministro israelense da Saúde, Ephraim Sneh.
O primeiro-ministro Yitzhak Rabin interrompeu uma visita ao Reino Unido e retornou a Israel assim que soube do atentado.
Os negociadores israelenses e palestinos reunidos no Cairo interromperam as negociações na manhã de hoje. Elas devem ser retomadas na segunda-feira.
Na semana passada, o premiê Rabin havia suspendido as negociações por causa do sequestro do soldado israelense Nachshon Waxman, morto durante a tentativa de resgate na última sexta-feira.
O ataque foi condenado pelos negociadores palestinos e pelo líder da Organização para a Libertação da Palestina, Iasser Arafat.
O chanceler israelense, Shimon Peres, disse que Arafat telefonou para dar os pêsames e oferecer ajuda para localizar os culpados.
"Apresento, em meu nome e no do povo palestino, minhas sinceras condolências às famílias dos inocentes que perderam suas vidas nesse ataque condenável", afirma nota assinada por Arafat.
O governo norte-americano condenou o ataque e pediu a vários países, entre eles a Síria, que usem sua influência junto ao Hamas para parar os atos terroristas.

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