São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 1994
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GM entra na ``guerra" dos importados

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A General Motors decide adiar os planos de construir uma nova fábrica para produzir o Corsa e entra na ``guerra dos importados".
A montadora apresentou ontem, na abertura do Salão do Automóvel, o Astra, carro importado da Alemanha, que vai disputar o mercado com o Tipo, da Fiat, e o Golf GL, da Volkswagen.
``Nosso plano é vender 80 mil Astra em 95", afirma André Beer, vice-presidente da GM. No total, incluindo outros modelos, a previsão é trazer 88 mil veículos.
Segundo ele, a decisão de trazer o carro foi tomada após a redução da alíquota do Imposto de Importação de 35% para 20%.
O Astra, com motor 2.0, começa a ser vendido em janeiro e custará entre R$ 17.900 e R$ 20.800.
José Carlos Pinheiro Neto, diretor de Assuntos Corporativos, da montadora, diz os importados vão representar 30% do total das vendas da GM em 95, estimadas em 310 mil veículos.
Ele concorda com a avaliação que as importações em 95 atingirão 400 mil veículos e não descarta a possibilidade de trazer mais modelos.
A redução do Imposto de Importação também provocou a reavaliação dos planos para a construção da nova fábrica.
``O anúncio da nova fábrica está postergado até segunda ordem", disse Beer.
Mark Hogan, presidente da GM do Brasil, afirmou que antes de retomar os planos pretende conversar com o presidente eleito Fernando Henrique Cardoso. ``A nova fábrica depende da política do novo governo". disse.
A audiência ainda não está marcada. Na avaliação de Beer, ela só acontece em janeiro, após a posse.
Por enquanto, a GM espera fechar um acordo com os trabalhadores da fábrica de São José dos Campos para aumentar em 30% a produção do Corsa.
Em troca da implantação do terceiro turno e de uma ``flexibilização de horários" –o que permitiria produzir 200 mil Corsa ano que vem–, a GM ampliaria a fábrica de São José para fazer transmissões para o Corsa.

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