São Paulo, sábado, 22 de outubro de 1994 |
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Compulsório é temporário
GUSTAVO PATÚ
Segundo técnicos que participaram da elaboração da medida, o compulsório provocará uma restrição muito drástica do crédito que, mantida por mais tempo, teria efeitos recessivos. Ou seja: o arrocho ao crédito terá de ser afrouxado quando as empresas estiverem menos capitalizadas e tenham gasto a }gordura acumulada nos últimos meses, sob pena de comprometer a economia. Hoje, na avaliação do BC, a economia tem condições de absorver as restrições ao crédito: o nível de endividamento do setor privado é baixo, houve grande alta dos preços antes do real e crescimento das vendas após o plano. Além disso, existem exceções ao compulsório, no caso de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de crédito agrícola. Mas, segundo se imagina no BC, dentro de quatro ou cinco meses o arrocho do crédito já poderá estar causando problemas mais sérios para as empresas –principalmente nos empréstimos para capital de giro. Faz parte das intenções da equipe estimular o sistema financeiro a direcionar suas operações ao setor produtivo. O BC espera uma redução da dívida mobiliária do governo, hoje em R$ 65 bilhões. É que os bancos deverão vender os títulos que detém para cumprir o recolhimento imposto pelo BC. Pelas novas regras, para cada R$ 100 emprestados pelo banco, R$ 15 devem ser recolhidos ao BC em dinheiro vivo. Por isso, os bancos terão de se capitalizar vendendo títulos. O BC ainda vem fazendo um recolhimento compulsório de 100% sobre depósitos à vista, 30% sobre depósitos a prazo e cadernetas de poupança –todos de caráter temporário. Texto Anterior: Equipe perde credibilidade, diz Tápias Próximo Texto: Compulsório eleva crédito em 8% ao ano Índice |
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