São Paulo, sábado, 22 de outubro de 1994
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Israel prende 10 parentes do suspeito

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Exército israelense deteve dez parentes do palestino Saleh Abdel Rahim al Souwi, 26, suspeito de ser o terrorista suicida que matou 21 pessoas e deixou mais de 40 feridos com uma bomba num ônibus de Tel Aviv, na quarta-feira.
Segundo o pai do suspeito, Abdel Rahim al Souwi, oito dos parentes foram soltos e um irmão e um primo do acusado ficaram presos. O Exército não confirmou.
O grupo islâmico Hamas, que assumiu o atentado, divulgou anteontem um vídeo em que Al Souwi aparecia despedindo-se da família –procedimento comum entre terroristas palestinos prestes a cometer um atentado suicida.
Os pais do suspeito doaram amostras de sangue e saliva ao Instituto de Patologia de Tel Aviv. Elas servirão para testes comparativos de DNA com restos humanos encontrados no local do atentado, que confirmariam ou não a presença de Al Souwi no ônibus.
O Exército lacrou a casa da família Al Souwi em Kalkilya e afirmou que ela será demolida com explosivos, como costuma acontecer com residências de terroristas.
Apesar de Al Souwi ser apenas um suspeito, a porta-voz militar se referiu a ele como ``o terrorista que cometeu o atentado". Militantes palestinos reabriram a casa logo depois de os soldados saírem.
No local onde o atentado ocorreu, manifestantes pró e contra o acordo de paz entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) brigaram durante uma vigília em homenagem às vítimas.
Iasser Arafat, da OLP, disse que o fechamento das fronteiras de Israel com os territórios árabes por tempo indeterminado é uma ``declaração de guerra econômica".
Tropas ocuparam por seis horas a aldeia de Beit Taamar (Cisjordânia), numa busca infrutífera pelo fabricante da bomba. O suspeito é Yihya Ayesh, militante do Hamas conhecido como ``o engenheiro".
O atentado de quarta-feira intensificou um debate interno no Hamas sobre a validade do terrorismo. Segundo Hamed al Bitawi, líder islâmico de Nablus, ``uma tendência vê que o problema requer soluções mais profundas; a outra pensa que os atentados são legítimos, por forçarem Israel a ouvir suas reivindicações".

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