São Paulo, sábado, 22 de outubro de 1994
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O real do plano; Fraudes; Decadência da linguagem; Distribuição; "Posteriormente secundado" ; Candidatura Rossi; Mansão Matarazzo; Forrest Gump

O real do plano
``É impressionante como os figurões da Folha (que são iguais aos figurões da economia, da política, do esporte, da indústria e do comércio) parecem torcer para que o Plano Real fracasse. Será que eles querem continuar dando suas opiniões contra a sempre crônica inflação brasileira?"
Geraldo Majella Teixeira (Curitiba, PR)

``Vários comentários de Clóvis Rossi, Dimenstein, Carlos Heitor Cony e Janio de Freitas têm sido de tal modo amargos que às vezes nos faz pensar que só nos resta desistir de esperar que algo de bom possa vir do governo."
Ricardo Azeredo Passos Candelaria (São Paulo, SP)

``Não existe democracia sem imprensa livre! Não entendo porém, a postura dessa Folha na interpretação da piada de mau gosto proferida pelo nosso presidente eleito. A imprensa, formadora de opinião, pode com pouco esforço, colaborar na derrocada do Plano Real, que se não é o melhor, é uma das últimas tentativas possíveis de derrotar a inflação que tanto pune a classe média e baixa brasileira. Os críticos devem, antes de tudo, apresentar alternativas ao atual plano."
Antonio Fernando de Azevedo (Curitiba, PR)

``Sugiro ao presidente eleito só retornar ao Brasil no dia da posse, pois assim terá uma desculpa para se eximir do fracasso do real, que, após o `tijolaço' do ministro Ciro Gomes, ao instituir o compulsório sobre as operações de crédito, equivale a uma confissão."
Carlos A. G. Bijos (São José dos Campos, SP)

``O governo precisa abrir incentivos para o trabalho e para a produção. Moeda forte parada, guardada, não leva ninguém a lugar nenhum."
Walter Maia (Salvador, BA)

``O governo anunciou medidas para conter o consumo, pois não há estrutura para acompanhar o crescimento do PIB, como já aconteceu em planos anteriores. Dessa forma, tais medidas funcionam como um freio-de-mão na ladeira do progresso. Onde realmente está o problema? Tal quadro me faz lembrar uma história do Chico Bento, em que ele é obrigado a devolver ao rio o peixão que pegou por ser pequena demais sua frigideira."
Clarice Tammerik Inácio da Silva (São Bernardo do Campo, SP)

Fraudes
``Brilhante a síntese realizada por Marcelo Beraba na edição de 16/10 sobre as expectativas acerca do próximo Congresso, complementada pelo editorial `Renovação sem evolução'. Se pairavam dúvidas sobre a lisura dos pleitos brasileiros, agora ficou constatado seu anacronismo e vulnerabilidade a ações fraudulentas, tanto no processo de votação quanto de apuração."
Heyde José Viveiros Maia (Salvador, BA)

Decadência da linguagem
``O editorial de primeira página de 3/10 mostra como é impossível conceituar o tempo todo e fingir-se de isento, mostrar-se patriota. Mais uma vez Orwell deve ser revisitado. `Devemos reconhecer que o presente caos político está ligado à decadência da linguagem, e que, provavelmente, podemos alcançar algum avanço começando pelo lado verbal.' E o escritor englobava os textos de aparência sofisticada como o editorial da Folha. Num contexto de 32 milhões de famintos e, por que não citar, de uma enorme `classe média lúmpen', os caminhos e opções sofisticadamente trilhados pelo jornal durante a campanha eleitoral e culminados pelo editorial de 3/10 não procedem, não enganam, não levarão à `construção de um país mais digno, mais civilizado, melhor de se viver'."
Olavo Cabral Ramos Filho (Rio de Janeiro, RJ)

Distribuição
``Na edição de 16/10, o ombudsman Marcelo Leite escreveu: `Hoje mesmo você tem em mãos um jornal comparável aos dos últimos domingos: 242 páginas, na edição São Paulo (aí incluídas 80 da Revista da Folha). Na semana passada, foram 250 páginas. E com um novo recorde de tiragem, 1.460.240 exemplares'. O ombudsman mentiu. No domingo, como outros assinantes do jornal em Goiânia (GO), recebi o meu exemplar contendo apenas os cadernos 1, 3, 5 e 8. Menos da metade do que seria esperado. Tornar públicas suas dificuldades técnicas e racionalizar espaço para contornar a falta de papel não solucionam o problema do assinante que não recebeu o jornal pelo qual pagou adiantado."
Luiz Sérgio Alves (Goiânia, GO)

Resposta do ombudsman Marcelo Leite – O ombudsman não mentiu. As informações numéricas que apresentei, fornecidas pela Secretaria de Redação, foram claramente descritas como se referindo à edição São Paulo (que não circula em Goiás). Não era possível prever problemas localizados de distribuição, como o que o leitor relata e este ombudsman deplora.

``Posteriormente secundado"
``Em escrito publicado ontem na pág. 1-3 da Folha, Manuela Carneiro da Cunha menciona meu nome como se eu tivesse `posteriormente secundado' (sic) posições de Hélio Jaguaribe sobre índios. É evidente que, apesar da menção, a antropóloga não se deu ao trabalho de ler meu artigo sobre o tema. Não tenho qualquer interesse no tipo de discussão vago-genérica que parece ser da predileção de Carneiro da Cunha. Em meu artigo procurei argumentar que a defesa da `integridade cultural' do índio, feita por muitos antropólogos, está ajudando a condená-lo ao extermínio. Carneiro da Cunha não seria obrigada a responder. Ao fazer a menção, porém, teria a obrigação intelectual elementar de ser pertinente."
Claudio Weber Abramo, jornalista (São Paulo, SP)

Candidatura Rossi
``Apresento a Gilberto Dimenstein meus cumprimentos pelos artigos `A empulhação da fé' e `Começar de novo'. Conselho de Max Weber: `Aqueles que buscam a salvação das almas, a sua e a do próximo, não devem buscá-la nas avenidas da política."
Rodolpho Pereira Lima (Bauru, SP)

``Dimenstein bate insistentemente na tecla do caráter messiânico que Francisco Rossi imprime à sua campanha. Ele tem superdimensionado o fato, querendo sugerir ao (e)leitor que, por falar constantemente em Deus, Francisco Rossi não mereceria o seu voto."
Geraldo B. Pimentel (Assis, SP)

Mansão Matarazzo
``Com relação à coluna do caderno Ilustrada, de autoria da jornalista Joyce Pascowitch, na edição do dia 7/10, temos a informar que a mansão Matarazzo, localizada na av. Paulista, não está tombada por este Condephaat, nem tampouco em processo de estudo de tombamento. Por esta razão, não há necessidade de aprovação deste órgão para `recauchutá-la', conforme publicado pela jornalista."
José Carlos Ribeiro de Almeida, presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo –Condephaat (São Paulo, SP)

Forrest Gump
``Li o artigo sobre o filme `Forrest Gump', de Marcelo Coelho (12/10) na Ilustrada. Fui assistir ao filme. Reli o referido artigo. Fiquei estupefata e revoltada. Marcelo Coelho, excluindo a análise cinematográfica, destila preconceitos e ignorância com relação aos excepcionais. Ignora as diferenças entre limítrofes, idiotas e imbecis do ponto de vista psicológico."
Cathalina Kupper (Curitiba, PR)

A crise é melhor co Simão
``Com falta de papel e outras adversidades, só a coluna do José Simão para amenizar tanto sofrimento."
Maria Aparecida Moraes Pereira (Jundiaí, SP)

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