São Paulo, domingo, 23 de outubro de 1994
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O advogado do diabo

Na semana passada, Paulo Brossard cumpriu seu último ato antes da aposentadoria como ministro do Supremo Tribunal Federal. Foi relator do processo de extradição do ex-presidente boliviano Garcia Meza.
O ministro conseguiu a extradição do ex-presidente, condenado a 30 anos de prisão em seu país por vários crimes. Por fim, Brossard apelou às autoridades bolivianas para que debitassem da pena os sete meses de cárcere que Meza cumprira no Brasil.
Os advogados do ex-presidente ficaram agradecidos e, ao final, procuraram Brossard para bater papo. Foi aí que um deles disse que estava com dificuldades para consolar Meza:
– Como vou dizer a ele que são 30 anos?
Brossard repetiu então a irônica sugestão que José Maria Alkmin, uma das maiores raposas políticas brasileiras, usava em seus tempos de advogado criminalista quando um cliente reclamava do tamanho da pena:
– Ele dizia ao condenado: seja otimista e debite desses anos o tempo que você passará dormindo e tomando banho.

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