São Paulo, domingo, 23 de outubro de 1994 |
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Cadeia de SP tem registro de cem 'Baianinhos'
PAULO SILVA PINTO
Todos os presos chegam na cadeia com apelido ou lá recebem um dos companheiros e funcionários. Na Penitenciária do Estado (no Carandiru, zona norte de São Paulo) há um ``Livro de Vulgos", que é sempre atualizado. ``Às vezes descobrimos um plano de fuga em que aparecem os vulgos. Precisamos saber a quem se referem", diz o diretor da penitenciária, Walter Hoffgen, 50. Se o plano trouxer o nome de Baianinho, vai ser difícil chegar à pessoa: cem presos com esse apelido estão nos registros, incluindo todos que passaram pela penitenciária desde 1920. Zoinho é mais exclusivo: só designa dois presos –um deles por ter só um olho. Nenhuma dessas pessoas é um rosto conhecido como Escadinha, no Rio, por exemplo. Na opinião de Hoffgen, diretor da Penitenciária, os presos do Rio são mais conhecidos por causa do crime organizado e da importância que têm nas comunidades dos morros. Os antigos e famosos ganharam seus apelidos pela repercussão de seus crimes na época. João Acácio, 47, o Bandido da Luz Vermelha, ficou conhecido pois usava lanterna em assaltos em casas. Hoje, segundo Hoffgen, seu estado beira a demência e Acácio não consegue conversar. Francisco Costa Rocha, 51, o Chico Picadinho, é perfeitamente lúcido, mas disse que não daria entrevista por razões pessoais. Ele foi condenado por matar e cortar uma mulher em fatias (como bifes) em 1966. Foi solto em 74, por bom comportamento, e repetiu o crime, com uma nova mulher, em 76. Texto Anterior: Apelidos `suavizam' criminosos cariocas Próximo Texto: Administrador inventa o caminhão de passeio Índice |
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