São Paulo, domingo, 23 de outubro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
A ética do gene do nanismo Achado genético traz esperança e dilema a médicos ANDRÉ FONTENELLE
Anunciada no mês passado, na revista britânica ``Nature", a notícia abre a perspectiva do diagnóstico pré-natal do nanismo. A questão é: se a anomalia não encurta significativamente a expectativa de vida, é ético permitir aos pais abortarem um embrião portador do gene? Para a equipe do hospital Necker, de Paris, responsável pela descoberta, a discussão ética não cabe a eles. ``De qualquer maneira, o teste só será feito em famílias com antecedentes da anomalia. Mas não podemos impedir o casal de interromper a gravidez", diz a Martine Le Merrer, da equipe de Arnold Munnich. ``Claro que não queremos brincar de aprendizes de feiticeiro e suprimir todos que têm acondroplasia no mundo", ressalva Francis Rousseau, outro pesquisador da equipe. O presidente da Associação de Pessoas de Baixa Estatura, Patrick Petit-Jean, também não toca no problema ético. ``A decisão cabe aos pais. A pesquisa contou com a colaboração da associação, que reúne pessoas atingidas pelo nanismo na França. Atualmente, o diagnóstico pré-natal da acondroplasia só pode ser feito a partir da 30ª semana de gravidez. Com a descoberta do gene, o diagnóstico poderá ser feito já na10ª semana de gravidez. Segundo a doutora Le Merrer, ainda é cedo para se falar em um medicamento que permita aos portadores da anomalia um crescimento normal. Texto Anterior: EUA param testes sobre câncer de mama Próximo Texto: O QUE É O NANISMO Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |