São Paulo, domingo, 23 de outubro de 1994
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Investigações afetam eleição

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

Os franceses descobriram que a corrupção existe à esquerda e à direita. Um ano e meio após chegar ao poder, a direita começa a sofrer o mesmo desgaste que tirou os socialistas do poder.
As agruras do governo de Edouard Balladur (RPR), 65, reacenderam as esperanças dos socialistas de vencer a eleição presidencial de abril e maio do ano que vem.
A direita teme uma terceira derrota consecutiva, depois das de 81 e 88, contra François Mitterrand.
O presidente da Comissão Européia, Jacques Delors, 69, se aproxima de Balladur nas pesquisas.
Este mês, pela primeira vez, os dois apareceram empatados em 50% em uma simulação de segundo turno.
No seio do governo, ressurgiu o medo da "máquina de perder" –ou seja, a direita derrotaria a si mesma, devido a suas divisões.
Balladur convidou os líderes da maioria, Jacques Chirac (do gaullista RPR), 61, e o ex-presidente Valéry Giscard d'Estaing (UDF), 68, para debater um meio de unir a direita.
Chirac recusou o convite. Giscard pediu tempo para "refletir". Os dois caciques também estão de olho na Presidência. Mas, os dois já foram derrotados por Mitterrand em disputas presidenciais.
A lavagem de roupa suja diverte os socialistas. "As brigas entre amigos são sempre piores do que entre adversários", ironizou o presidente Mitterrand.
(AFt)

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