São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 1994
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Delegacia usa metralhadora do Exército contra ataques

Delegado no Rio manda construir muro de concreto

DA SUCURSAL DO RIO

Com o pretexto de se proteger de eventual ataque de traficantes, a 22ª DP (Delegacia de Polícia, na Penha, zona norte do Rio) terá agora um muro de concreto e chapa de aço, em frente a sua porta, e uma metralhadora de guerra montada numa de suas janelas.
Com 1,50 metro de altura, o muro deverá ficar pronto na quinta-feira. A metralhadora de tripé emprestada pelo Exército, modelo Browning 30, chegou ontem à delegacia.
Apesar do cuidado defensivo, o delegado da 22ª DP, João Kepler Fontenelle, negou estar acuado, com medo.
Ele disse que está apenas se precavendo, após a ``audaciosa incursão" de supostos traficantes contra a 21ª DP, em Bonsucesso, há dez dias. ``Duelo em campo aberto é só em filme de mocinho."
Três policiais da 21ª DP ficaram feridos –um deles teve uma perna amputada– quando desconhecidos, que passavam de carro, dispararam tiros de fuzis contra a delegacia.
Dias depois, a polícia invadiu a favela Nova Brasília em represália ao ataque à delegacia. Treze pessoas foram mortas.
Na 22ª DP, com o muro e a pesada metralhadora, Fontenelle disse que os policiais terão pelo menos ``a chance de um revide". A 22ª DP fica numa movimentada avenida da Penha –a Lobo Júnior.

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