São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 1994
Texto Anterior | Índice

Crianças contam histórias e lêem jornais nos programas das escolas

DA REPORTAGEM LOCAL

"De todos os medos, o medo mais que medonho era o medo do lobo", dizia ontem Nina Hotimsky, 4, para seus colegas na Semana Literária da Escola da Vila, repetindo texto de Chico Buarque em "Chapeuzinho Amarelo".
Todas as crianças da classe ouviram uma história dos pais para recontar aos colegas - não se exige decorar o texto.
No Liceu Pasteur, as crianças aprendem também antes da alfabetização a diferenciar uma receita de bolo de uma notícia de jornal, ou do texto de um livro.
Começam a escrever pequenas cartas à medida que aprendem algumas palavras. "A leitura não pode ser dissociada da redação", diz o diretor Michal Hello.
A Escola da Vila dá continuidade a programas especiais para literatura no 1.º grau. As crianças trazem livros que leram em casa e recomendam a seus colegas.
No Colégio Magno, há pequenos "Festivais" que combinam filmes e livros de temas específicos como suspense e aventura.
Nas duas escolas, as leituras obrigatórias para classes ou grupos resultam em trabalhos especiais . Alunos da 3.ª série da Escola da Vila adaptaram contos dos irmãos Grimm para teatro. Na 8ª série do Magno leram "Capitães de Areia" de Jorge Amado para discutir a questão dos meninos de rua.
Já a escritora Rachel de Queiroz desaprova qualquer obrigatoriedade, incluindo seus livros. "Os meninos (estudantes) ficam furiosos comigo de ter que ler "O Quinze". Eu dava razão a eles. A escola tem que dar opções", diz.

Texto Anterior: Pré-escolas incentivam gosto pela leitura
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.