São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 1994 |
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FHC quer aumentar carga fiscal sem subir os impostos
CLÓVIS ROSSI
Hoje, a carga fiscal equivale a cerca de 24% do PIB e, na avaliação da equipe econômica, com a qual FHC concorda plenamente, todos os projetos existentes no Congresso sobre o tema reduzem esse montante. As observações do presidente eleito sobre a reforma tributária confirmam o que a Folha já havia antecipado, no caderno ``Governo FHC", publicado dia 4, a respeito da intenção do futuro governo de aumentar a carga fiscal. O problema é como fazê-lo, conforme o próprio FHC admitiu, em conversa com os jornalistas, enquanto caminhava pelas ruelas da Staré Mesto (a Cidade Velha, parte antiga de Praga). Exatamente pela dificuldade de encontrar o projeto ideal para ser rapidamente aprovado pelo Congresso, FHC afasta a hipótese de uma reforma tributária já este ano, conforme pede a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Afasta também, embora ainda admita rediscutir o assunto, a hipótese de prorrogar o IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) por mais um ano, desejo nunca escondido pela atual equipe econômica. FHC não é contra nem a reforma-já nem a prorrogação do prazo do IPMF, mas acha que pode se envolver em uma batalha inglória, porque mexer nos tributos depende, em parte, de uma reforma da Constituição. ``Como votar uma emenda constitucional, com maioria de 3/5 de cada Casa, em duas votações, no que resta do ano?", pergunta. O melhor mesmo, sempre na opinião do presidente eleito, é abrir uma ``grande negociação" que permita a aprovação da reforma tributária no início do próximo ano. Em 1996, sim, a reforma tributária estará aprovada. Mas FHC não dá detalhes sobre que reforma pretende, exceto por uma receita óbvia: ``O ideal é reduzir as alíquotas e aumentar a base de tributação", ou seja, o número dos que pagam impostos. Texto Anterior: Atrás do trio elétrico Próximo Texto: FHC `descobre' as sete chaves Índice |
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