São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 1994
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Radicais prometem atacar em todo mundo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A OLP e grupos radicais jordanianos, palestinos e libaneses denunciaram o acordo de paz assinado ontem entre Israel e Jordânia.
Pouco antes da assinatura do acordo, guerrilheiros libaneses pró-Irã dispararam morteiros contra o norte de Israel. Ninguém ficou ferido, mas as autoridades israelenses determinaram aos civis do norte do país que se refugiassem em abrigos antiaéreos.
Em uma carta aberta ao presidente Bill Clinton (EUA), o Movimento de Resistência Islâmica Hamas prometeu continuar sua luta contra Israel em todo o mundo se o Estado judeu levar adiante a promessa de ofensiva contra o grupo.
O Hamas, responsabilizado por 26 mortes em Israel somente neste mês, se opõe a qualquer negociação com Israel.
Colonos judeus na Cisjordânia disseram que árabes sequestraram um israelense ontem. O Exército de Israel disse estar checando a informação recebida horas após a assinatura do acordo.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, os palestinos fizeram uma greve geral convocada por todas as facções da OLP e o Hamas.
Não houve greve nas áreas autônomas da faixa de Gaza e Jericó, mas líderes palestinos disseram temer que o tratado possibilite uma influência de Amã na Cisjordânia.
Anteontem, Arafat condenou o acordo por dar à Jordânia papel especial na administração dos santuários islâmicos de Jerusalém.
A Frente de Ação Islâmica disse que a Jordânia pagou um preço muito caro por "poucos quilômetros de terra, vários milhões de metros cúbicos de água e o reconhecimento (por Israel) de sua fronteira internacional, porque reconheceu a entidade sionista usurpadora da terra árabe da Palestina".
Em Beirute, manifestantes chamaram o rei Hussein de traidor e ameaçaram assassiná-lo. "De Sadat a Arafat e ao rei da Jordânia, a traição é uma só e o destino é único", afirmava faixa carregada pelos manifestantes.
Presidente do Egito, Anuar al Sadat foi morto por militantes islâmicos em 1981, após assinar o acordo de paz com Israel em 1979.

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