São Paulo, sexta-feira, 28 de outubro de 1994
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Olho no Voto; Não nos subestimem; Covismo; Eucalipto; O Rio e o óbvio; Maurício Corrêa; Novo verbete; Free Jazz

FREE JAZZ

Olho no Voto
``Quero expressar minha consternação frente ao rumo que toma a discussão em torno do suplemento Olho no Voto. A análise do ombudsman Marcelo Leite no domingo 9/10 foi lúcida e direta: impecável do ponto de vista de nós leitores/eleitores que tivéramos conhecimento de injustiças cometidas. Contudo, no domingo 16/10, a questão voltou à baila. Registro meu protesto pelo fato de o Painel do Leitor ter publicado os elogios ao Olho no Voto, não tendo publicado defesas que deputados receberam (não as autodefesas). A Folha tem sido um esteio da consolidação da democracia neste país e a ética que tem professado demonstra que, uma vez levantada a questão, é preciso aprofundá-la. Achei oportuna a posição prévia do ombudsman declarando que não iria polemizar por polemizar. Assim como considero insuficiente, como autodefesa, a metáfora usada pelos jornalistas responsáveis pelo suplemento, ao alegarem que a atitude das críticas é de `acusar o termômetro pela febre'. Como é sabido, febre não indica que o organismo esteja todo comprometido, exige anamnese adequada, e é apenas um sintoma."
Roseli Fischmann (São Paulo, SP)

``O Olho no Voto ficou aquém das minhas expectativas, é verdade, mas não posso defender congressistas que se omitem de suas verdadeiras tarefas, como está fazendo o novo ombudsman, que parece considerar que os `deputados injustiçados' constituem o padrão de leitor médio da Folha. Melhor ter havido um Olho no Voto seco, sem comentários, do que tolerar tergiversações de parlamentares que, depois da exposição de suas faltas (e falhas), procuraram explicar a seus leitores por que deixaram de cumprir suas funções. Queria ver divulgados, algum dia, os resultados dessas viagens de turismo pagas com dinheiro público (no caso da Assembléia Geral da ONU, com dinheiro do Executivo, através do Ministério das Relações Exteriores). Muitos santinhos de pau oco seriam desmascarados. Depois, parece que caberia ao ombudsman defendê-los quando, no Painel do Leitor, viessem reclamar dos prejuízos que teriam sofrido pela exposição de seus privilégios e do absenteísmo institucionalizado..."
Edelcio José Ansarah (Brasília, DF)

``Gostaria de sugerir que o trabalho do Olho no Voto fosse feito em assembléias legislativas e câmaras municipais. Quero parabenizá-los pelo Olho no Voto e pedir que o aprimorem."
João Roberto Lamberti (São Paulo, SP)

Não nos subestimem
``Dia 16/10, Gilberto Dimenstein faz críticas ao presidente eleito por comemorar a sua vitória em uma casa de jazz, bebendo uísque importado, interditando a rua para o baronato não ser molestado etc. Crítica tão inocente esbarra nos limites do intolerável. Afinal, o que esperavam de FHC? Que comemorasse sua vitória no Anhangabaú, com telões para garantir a participação da comunidade, na companhia da heterogênea galera paulistana, regada a caipirinha para os adultos e refrigerantes, picolés e bexigas para as crianças? Detalhe: por conta da família Cardoso. Não subestimem a capacidade de crítica de seus leitores."
Maria Lucia Boarini (Maringá, PR)

Covismo
``Acredito que o artigo de Marcelo Coelho no caderno Ilustrada da edição de 26/10 deveria ter encerrado colocando um santinho de Covas ou mesmo dando o endereço de seu comitê, ou quem sabe pedindo voto de uma maneira mais direta: votem no Covas."
Cesar Romão (Santana de Parnaíba, SP)

Eucaliptos
``Lemos com muito interesse e atenção a matéria publicada na edição de 18/10 desse periódico. O material, muito rico por sinal, procurou enfocar os diversos lados do assunto. De fato, a Eucatex e mais quatro empresas (Ripasa, Cia. Suzano, Grupo Papel Simão, Duratex) estarão auxiliando a prefeitura e a cidade de São Paulo com a doação de 2 milhões de mudas de árvores, no caso eucalipto. O ponto principal que nos leva a enviar esta é o aspecto da adubação citada na referida matéria. Sabemos que uma das principais condições para a produção de mudas é o uso de substrato adequado e de qualidade. A Eucatex, assim como outras empresas produtoras de eucalipto, optaram pela utilização de substrato à base vermiculita em razão de alguns pontos. Essa matéria-prima é excelente como elemento de retenção de água. A Eucatex, que há mais de 15 anos pesquisa o produto para agricultura (ele tem características que o levam a ser utilizado também como retardante de fogo, na construção de piscinas, em pastilhas de freios de automóveis etc.), sempre partiu do princípio de encontrar produtos que agreguem valor ao solo através de micronutrientes e que por isso possam não só preservar como enriquecer os solos utilizados. Desejamos ressaltar que tratou-se de uma doação, ou seja, sem nenhum ônus para o erário público. Com esse exemplo, esperamos que outros grupos e mesmo os críticos estejam dispostos a, da mesma forma, contribuir para a melhoria de vida do paulistano."
Antonio Augusto F. Beraldo, diretor de Comunicação da Eucatex S.A. (São Paulo, SP)

O Rio e o óbvio
``Sobre a entrevista de segunda-feira de Rubem César Fernandes, do movimento Viva Rio, às vezes penso o quanto é fácil criticar e criar um movimento para discutir o óbvio. Esses intelectuais, sindicalistas e empresários realmente preocupados com o seu habitat deveriam juntar-se àqueles que detém o poder, ou seja, pôr a mão na massa ou até candidatar-se, e não posar de intelectuais. A confusão no Rio é política, e o antropólogo Rubem César sabe disso. Esse movimento Viva Rio tornou-se um veículo subjetivo pelo qual a elite, sem o rótulo de imprensa, ataca o Estado e seus governantes."
Marcelo Rebello (Rio de Janeiro, RJ)

Maurício Corrêa
``Apresento meu inconformismo pela indicação do senador Maurício Corrêa para uma vaga no Supremo."
Amauri Piratininga Silva (Fernandópolis, SP)

Novo verbete
``Otário (adj. bras.): cidadão que dispõe de dinheiro suficiente para obter bens e serviços sem precisar aguardar milagres na economia do país."
Valdir Ferreira Sobrinho (Bragança Paulista, SP)

``Assisti à abertura do Free Jazz Festival em São Paulo e não concordo com a opinião do repórter Carlos Calado. O show de Cristóvão Bastos foi caloroso sim, já que a intenção primeira dela não era `levantar' o público, mas apresentar sua musicalidade virtuosística ao piano."
Sérgio Justen de Oliveira, pianista da Orquestra do Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba (Curitiba, PR)

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