São Paulo, terça-feira, 1 de novembro de 1994
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Natal aquece guerra dos superfrangos

JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O lançamento de novas marcas deve aquecer a concorrência no segmento de aves nobres neste Natal. Estimado entre 30 mil e 35 mil t, o mercado ganha um novo produto este mês, o Bruster, desenvolvido pela Frangosul, de Montenegro (RS).
A Frangosul vai colocar nos supermercados das regiões Sul e Sudeste 1.200 t de Bruster, que pesa em média três quilos.
O frigorífico gaúcho investiu US$ 2,5 milhões no desenvolvimento da ave, em parceria com a Agroceres e a Ross Breeders, empresa de melhoramento genético da Escócia.
Mais carne no peito e na coxa, além de tempero especial feito com ervas naturais e especiarias, são alguns dos atributos do Bruster, que vai disputar mercado com o Classy (Seara-Ceval), o Chester (Perdigão) e o Fiesta (Sadia).
No próximo ano, a Frangosul planeja elevar a oferta do novo produto para 5.000 t e ampliar sua distribuição em todo o país.
A Ceval, porém, não teme a concorrência. Apresenta como trunfo o prêmio obtido pela ave Classy há duas semanas no Salão Internacional de Alimentos (Sial), em Paris.
Depois de testar a ave em 92, a Ceval colocou 400 t de Classy nos supermercados do Sul e Sudeste no final de 93, obtendo o prêmio de lançamento do ano, na categoria de produtos congelados, concedido pela Abras (Associação Brasileira dos Supermercados).
Este ano, a Ceval ampliou a oferta da ave para 1.500 t, que serão vendidas em todo o Brasil. O Classy também tem mais carne no peito e na coxa e pesa entre 2,5 quilos e 3,5 quilos.
As avós do Classy são importadas dos Estados Unidos. Antes de lançá-lo em caráter experimental em 92, a Ceval pesquisou a ave por dois anos em seu núcleo de desenvolvimento genético localizado em Seara (SC).
"O nosso plano é ocupar 10% do mercado brasileiro de aves temperadas até 1996", afirma Carlos Hiroshi Fujii, diretor da divisão carnes da Ceval. "Decidimos apostar no Classy após pesquisas junto aos consumidores, que revelaram existir uma brecha no mercado de aves entre o frango comum e o peru", diz Fujii.
Para Heitor Muller, diretor da Frangosul, o frango deixou de ser o alimento especial de domingo e passou a integrar as refeições do dia-a-dia.
Por isto, as empresas do setor estão investindo em melhoramento genético de aves a fim desenvolver produtos diferenciados dos frangos comuns, que sejam consumidos aos domingos e em datas especiais como o Natal.
A novidade da Sadia para este Natal é a mudança no tempero da ave Fiesta, a fim de torná-la mais "molhada" após assada, e a introdução do termômetro, a exemplo do peru.
Serão colocadas nos supermercados 1.500 toneladas de Fiesta, com aumento de 15% sobre 93. "Planejamos uma estratégia agressiva para a venda do Fiesta", diz Walter Mateucci Filho, gerente comercial de carnes da Sadia.
No ano passado, o peru Sadia também teve seu tempero modificado para deixá-lo mais "molhado" depois de assado.
Na onda do sucesso da nova moeda, o frigorífico Aurora, de Santa Catarina, antecipou para o final deste ano o lançamento de uma linha de linguiças paio, calabreza e portuguesa.
Também será colocada à venda uma linha de presuntos e apresuntados. Para 95, o Aurora planeja lançar uma linha de salsichas, linguiças e mortadelas de frango.
(JAG)

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